As organizações passam por sucessivas mudanças para atender e se
adaptar às novas exigências mercadológicas. Contudo, não basta dispor
dos melhores recursos, estrutura ou da mais avançada tecnologia se as
mesmas não forem sustentadas por uma gestão de pessoas focada em
resultados. Por isso, o ser humano e o seu desempenho profissional são
considerados o diferencial competitivo das organizações por serem
fatores capazes de transformar o potencial de uma empresa.
Por perceberem essa realidade, há algum tempo as empresas buscam
estratégias para conquistar a satisfação dos colaboradores em seu
ambiente de trabalho, visando o impacto que esse fator tem sobre os
resultados empresariais. A Psicologia Positiva, uma nova vertente no
mundo corporativo, aponta para a necessidade das empresas se preocuparem
com o bem-estar de seus colaboradores, que poderia aqui ser relacionado
à felicidade que eles conseguem obter no ambiente de trabalho.
Poliana Landin, coordenadora do MBA Executivo em Desenvolvimento
Humano e Psicologia do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG),
explica que a vertente surgiu na década de 1990 e tem se adentrado
fortemente no mundo organizacional. “A Psicologia Positiva é um campo de
estudo científico das forças e virtudes próprias do indivíduo, que tem
por foco buscar no ser humano o seu potencial, a sua motivação e suas
capacidades", explica.
Com esse entendimento do ser humano, destaca Landin, surge uma nova
forma de gestão de pessoas, com o olhar voltado para o desempenho
individual em seu mais alto nível, alcançado por meio de ações voltadas
ao desenvolvimento humano em sua plenitude.
Diante disso, confira 5 motivos para as empresas investirem na felicidade de seus funcionários:
1) Felicidade gera lucro
Empresas que focam no desenvolvimento humano, na busca por auxiliar o
colaborador a se encontrar profissionalmente e, consequentemente, ser
mais feliz no trabalho, conseguem obter resultados organizacionais
surpreendentes, acima do esperado. Ao analisar-se o ranking da Great
Place To Work (GPTW), que visa identificar as melhores empresas para se
trabalhar, economistas perceberam que as organizações que estão nas
melhores colocações são também aquelas que obtiveram excelentes
resultados de negócios. Isso aponta que o investimento no bem-estar do
colaborador pode impactar diretamente nos resultados organizacionais e,
por esse motivo, tem-se encontrado empresas adeptas mundo afora, como o
McDonald’s, Google, Zappos e Verizon, que usam métodos de gestão
relacionados à Psicologia Positiva. No Brasil, empresas como Elektro,
Natura, 3M já perceberam essa realidade e investem nessa nova forma de
gestão.
2) Aumento do desempenho
O psicólogo norte-americano Daniel Goleman, autor do famoso livro
Inteligência Emocional, diz que “a felicidade é o estado emocional ideal
para o trabalho eficiente”. Isso demonstra que a felicidade proporciona
um estado emotivo propício para as pessoas produzirem mais e de maneira
mais efetiva. Nessa mesma direção foi a constatação de Shawn Achor, que
diz que a “felicidade é fácil em tempos bons, mas é uma vantagem
competitiva enorme durante os períodos difíceis”, visto que, quando as
pessoas estão mais felizes, seu cérebro está mais ativo e flexível,
permitindo e incentivando mais a produtividade, novas ideias e soluções
de problemas. Para tanto, é necessário obter-se uma nova forma de gestão
e de se pensar no colaborador. Quando o gestor investe na
potencialização das forças e talentos do colaborador, esse colaborador
poderá alcançar resultados extraordinários, pois atingiu seu potencial
máximo.
3) Melhoria do clima organizacional
Um excelente ambiente de trabalho, segundo a GPTW, é aquele onde você
confia nas pessoas (empresa) para quem trabalha, tem orgulho do que
você faz e gosta das pessoas com quem trabalha. Isso é analisado em
cinco dimensões que são: credibilidade, respeito, imparcialidade,
orgulho e camaradagem. Além disso, todas as práticas de gestão
(inspirar, desenvolver, contratar, escutar, cuidar dos colaboradores,
dentre outras) têm como pilar principal a confiança, demonstrando que
ela precisa ocupar um lugar central nas relações de trabalho.
Em um ambiente de trabalho, a confiança é um fator de grande
relevância para gerar um clima propício para a entrega de resultados. De
acordo com a professora Amy Edmondson, da Universidade de Harvard, um
fator importante para proporcionar uma relação de confiança e respeito
entre os membros de uma equipe é a chamada “Segurança Psicológica”, que é
a certeza que os membros poderão ter de que ninguém será humilhado,
desrespeitado ou punido se falar o que pensa, pedir ajuda quando
precisar ou mesmo ao falhar na realização de seu trabalho. Essa relação
de confiança e respeito na equipe, de segurança psicológica, faz com que
os membros sintam-se confortáveis para discutir ideias, estabelecer
novas estratégias quando ocorrer uma falha, aprender e melhorar seu
desempenho.
4) Retenção de Talentos
Estudos mostram que o principal motivo que faz com que os
funcionários queiram permanecer nas organizações é o fato da empresa
proporcionar oportunidade de crescimento e desenvolvimento profissional.
Em uma pesquisa realizada com os funcionários das empresas que estão no
ranking das melhores empresas para se trabalhar no Brasil (que tem
índices baixíssimos de rotatividade), 45% dos funcionários apontam que a
possibilidade de se desenvolver é o que os mantém na empresa, seguidos
de 25% que dizem que é o investimento da empresa em qualidade de vida e
em uma gestão que possibilita equilibrar vida pessoal e vida
profissional.
A preocupação dessas empresas com o bem-estar de seus colaboradores
faz com que os mesmos desejem permanecer na empresa, sendo um fator que
influencia diretamente na retenção desses talentos. Em um mercado
acelerado e com alta competitividade, reter talentos significa redução
de custos com desligamentos, com novas contratações, treinamentos,
capacitações, etc. Além disso, quando a empresa retém talentos ela
garante a continuidade de sua produtividade, visto que ela mantém
colaboradores já treinados e capacitados para desempenharem suas funções
e não perde esses talentos para o concorrente.
5) Sucesso organizacional
John Wooden, um técnico de basquete americano, reconhecido por seus
resultados admiráveis com o time UCLA e também pelo significativo papel
no desenvolvimento de lideranças, diz em seu livro a Pirâmide do
Sucesso: “sucesso é a paz de espírito obtida somente através da
satisfação própria em saber que você se esforçou para fazer o melhor do
que você é capaz”. Para ele, as vitórias, os ganhos são apenas
consequência do seu esforço e dedicação para fazer o melhor que você é
capaz, ser a melhor pessoa que você poderia ser. Ao contrário do que é
pensado pelo senso comum, que sucesso traz felicidade, o que é
constatado por pesquisas é que a verdade é totalmente contrária:
felicidade é que traz sucesso. É natural pensar que devemos trabalhar
duro para atingir uma meta e se a atingirmos, assim seremos felizes.
Mas, nosso cérebro entende que ao atingir uma meta é necessário ter
outra ainda maior, para viver novamente a experiência de felicidade. No
entanto, que dessa forma a felicidade passa a ser momentânea e nesse
caso, felicidade e sucesso tendem a se distanciar.
Seguindo esse raciocínio, para obter-se sucesso organizacional, a
melhoria de desempenho de resultados (conforme colocado nos outros
pontos) é mais efetivo investir na felicidade nos seus colaboradores e
não apenas focar todos os esforços da empresa para a obtenção de suas
metas.
Fonte:http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/5-motivos-para-fazer-seus-funcionarios-felizes/103834/