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Um calendário com imagens de travestis causou polêmica esta semana em
Fortaleza (CE). O trabalho, intitulado "Translendário 2012", é composto
de releituras de obras sacras como a Última Ceia, de Leonardo da
Vinci, em que travestis ocupam os lugares tradicionais de Jesus e seus
apóstolos na cena, chamada de "o último truque" na versão adaptada.
Deputados da Assembleia Legislativa do Ceará criticaram o calendário e
afirmaram que o material é uma ofensa à Igreja Católica. "Essas
manifestações poderiam ser feitas sem o uso de símbolos cristãos",
alegou o deputado João Jaime (PSDB). O deputado Roberto Mesquita (PV)
disse ainda que o calendário "é uma chacota das obras-primas".
Os parlamentares denunciaram ainda que o trabalho tenha sido patrocinado
pela prefeitura de Fortaleza. O deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que
vai encaminhar o documento ao Ministério Público do Estado para que a
instituição "investigue o montante gasto pela prefeitura nessa
publicação". Ele afirmou também que vai levar o material à Igreja
Católica, "já que o calendário afronta obras consideradas cristãs". O
parlamentar argumentou ainda que não se trata de preconceito contra
gays, lésbicas travestis, mas contra o gasto de dinheiro público com o
que seria "improdutivo, irresponsável e insano".
A Coordenadoria de Diversidade Sexual da Secretaria de Direitos Humanos
da prefeitura de Fortaleza nega qualquer tipo de patrocínio à publicação
do calendário. Ainda de acordo com a administração municipal, o
material surgiu do trabalho do artista Silvério Pereira, após um
espetáculo teatral do projeto Quarta Cultural, realizado desde
junho de 2010 como forma de incentivo a inclusão do público LGBT -
lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros.
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