domingo, 13 de janeiro de 2013

Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense

PARÁ - O MUIRAQUITÃ DO BRASIL


Autores:Me leva, Gil Branco, Tião Pinheiro, Drummond e Maninho do Ponto
Intérpretes: Dominguinhos do Estácio e Wander Pires 

Raiou Cuara!
Oby aos olhos de quem vê!
Eu bato o pé no chão, é minha saudação,
Livre na pureza de viver!
Sopra no caminho das águas
O vento da ambição!
O índio, então...
Não se curvou diante a força da invasão,
Da cobiça fez-se a guerra,
Sangrando as riquezas dessa terra!
Cicatrizou, deixou herança,
E o que ficou está em cartaz...
Na passarela, “estado” de amor e paz!

Siriá... Carimbó... Marujada eu dancei!
No balanço da morena... Me apaixonei!
O bom tempero pro meu paladar...
De verde e branco “treme” o povo do Pará!

A arte que brota das mãos,
Dom da criação, vem da natureza...
Da juta trançada em meus versos
Se faz poesia de rara beleza!
Oh! Mãe... Senhora, sou teu romeiro,
A ti declamo em oração:
Oh! Mãe... Mesmo se um dia a força me faltar,
A luz que emana desse teu olhar
Vai me abençoar!

No Norte a estrela que vai me guiar,
Exemplo pro mundo: Pará!
O talismã do meu país,
A sorte da Imperatriz!




    • PARÁ - O MUIRAQUITÃ DO BRASIL

      “Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia.” (Eça de Queiroz)
      Bateu com o pé direito no chão com mais força, depois cuspiu para frente! Pronunciou duas ou três vezes com voz rouca: Hê, hyá, hyá, hyá, e seguiu dizendo:
      Cúara tece o inicio do dia É de manhã! O oby tinge a retina dos olhos de quem vê Chocalho de cobra, onça pintada, ariranha, garça branca e guará! Cheiro de mato. É o Uirapuru quem canta primeiro. Levo as mãos à pedra verde: Dê-me a sorte oh Muiraquitã!
      O ibitu sopra o destino das águas Faz o verde do aningal se apekúi Por de trás da folha verde se vê o povo Tupinambá! No corpo, seu manto sagrado de pena Na alma, a incorporação do poder de um gavião real! Festança de índio, dia para ritual! É Karajá, Tapajó, Kayapó, Arara, Araweté, Munduruku e Assurini. Sou morubixaba de tudo que se vê por aqui!
      No verde encontrei riqueza, “jóia” de índio! A riqueza que “karaiba” gostou: O sabor do açaí, a fibra do cupuaçu, tucumã, taperebá e bacuri. Peixe do rio, caroço da inajá! É meu, mas eles querem! A cobiça cruza nossas águas em barco grande Os olhos do Mapinguari vê A boiúna faz as águas se apekúi É gente que chega! Gente de todo canto A taba pinta o corpo pra luta
      Tupã faz o céu roncar! Tá guardado no seio da natureza a riqueza que eles procuram De tudo um pouco eles querem levar Do ouro da serra à seiva que escorre da ferida no tronco da árvore Faz seus olhos brilharem!
      A “fortuna” que a borracha do tempo ainda não pode apagar! Tá aqui até os dias de hoje Em fachada de casa Em cristal de lustre que “alumeia” a beleza do theatro.
      Até hoje é assim! Pra falar de riqueza pelas bandas daqui, tem que voltar pra floresta O dono da terra é quem ensina como é que faz pra lidar com a natureza Pois é dessas matas que as sementes colhidas vão enfeitar outros chãos. Dar adeus a floresta nativa, ser polida, jóia cabocla... sonho de artesão.
      Nesse dia, quando o homem aprender com a gente daqui, a natureza respeitar Todo povo vai sair na rua pra cantar. Nas terras do Marajó, Marabá, Santarém ou em Belém. Nossa gente vai festejar:
      Traz jambú, camarão seco, tucupi e mandioca. Oferta a toda gente o tacacá! Leva o Boi pra rua Faz festa pra saudar o Boto! Põe a Marujada pra dançar!
      Saia de roda e estampa florida Roda menino, gira menina Canta a ciranda mais bonita Dança o Carimbó e o Siriá! “Treme” o Povo do Pará!
      O artesão fez a sua peça mais bela para ofertar: Cestaria, cerâmica, um trançado de juta Da cabaça ele fez cuia, do Miriti arte para brincar!
      O Romeiro ergue as mãos Fita com os olhos o azul que tinge o céu. A santa ouviu a prece do caboclo: Na corda dos milagres, graça alcançada. São Mãos que sangram em fé! Nessa longa caminhada.
      Outubro se faz agora! Meu povo já está na rua Do altar do carnaval se avista o andor e a berlinda florida A voz do povo faz o canto ecoar mais uma vez Quem pede é o folião, Por hoje, romeiro de fé:
      Oh Santa! Dai-me nas Cinzas desta quarta-feira, O caminho para mais uma vitória E uma alegria para a vida inteira!
      O Pará, seu sabor, seu cheiro, sua gente, suas tradições, estão na Avenida.
      É a Imperatriz quem lhe apresenta aos olhos do mundo: No futuro, um exemplo a ser seguido.
    • Carnavalescos: Cahê Rodrigues, Kaká e Mario Monteiro
      Pesquisa e texto: Cahê Rodrigues e Leandro Vieira
    • Agradecimento especial: Sergio Oliveira, grande conhecedor da cultura paraense, pelo apoio consultoria prestada para construção do enredo.
    • GLOSSÁRIO:
      Hê, hyá, hyá, hyá – Canto tupinambá
      Cuara – sol
      Oby – verde
      Ibitu – vento
      Apekúi – alvoraçar
      Morubixaba – cacique, chefe da tribo
      karaíba – homem branco
      Mapinguari - Mapinguari tem o corpo todo coberto de pelos, com a aparência de um enorme macaco. Possui um único olho na testa e uma boca gigantesca que se estende até a barriga.
      Boiuna - Cobra grande
      Taba – Aldeia, Lugar
      Muiraquitã- Espécie de amuleto da sorte para os índios
      Kayapos, Mundurucu,Asirini, Tapajós, Tupinambás: Tribos Indígenas
      O Aningal - é uma plantação característica das ilhas aluviais dos rios amazônicos, principalmente às margens dos rios e igarapés amazônicos.
      Cupuaçu,Tucumã, Bacuri, Taperebá – Frutas da região
      Jambú - É uma erva típica da região norte do Brasil, principalmente região amazônica e no estado do Pará.
      Tucupi – É um tempero e molho de cor amarela extraído da raiz da mandioca.
      Tacacá - É uma iguaria da região amazônica brasileira, em particular do Pará.
      O Síria - Dança brasileira originária do município de Cametá, localizado no estado do Pará.
      O Carimbó - A mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense, misturando dança e canto.
      A Marujada – Uma das mais belas manifestações religiosas do folclore paraense.
      O “Treme” - é o mais recente ritmo do Pará. Uma mistura de música eletrônica misturada a outros ritmos populares do estado.
      Berlinda – Espécie de cúpula que leva a nossa Senhora do Nazaré no dia da procissão. 


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    Fonte:http://www.imperatrizleopoldinense.com.br/Contato/index.html 

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