A partir da Conjuração Baiana (1798), pode-se afirmar que na Bahia, mais até que em Minas Gerais quando da Inconfidência Mineira (1789),
estava arraigado na população o sentimento de independência em relação a
Portugal. Se em Minas o conciliábulo se deu entre as famílias mais
abastadas, na Bahia gente humilde participou ativamente, como por
exemplo colando cartazes nas ruas concitando o apoio de todos.
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A Revolução liberal do Porto (1820) teve enorme repercussão na Bahia, onde era grande o número de portugueses. Como desdobramento, em fevereiro de 1821 uma conspiração de cunho constitucionalista eclodiu em Salvador. Dela participaram Cipriano Barata, José Pedro de Alcântara, o capitão João Ribeiro Neves e outros. Detido o Comandante das Armas e soltos os soldados presos, foi lida uma proclamação que exortava:
- "Os nossos irmãos europeus derrotaram o despotismo em Portugal e restabeleceram a boa ordem da nação portuguesa (...) Soldados! A Bahia é nossa pátria e nós não somos menos valorosos que os Cabreiras e Sepúlvedas! Nós somos os salvadores do nosso país; a demora é prejudicial, o despotismo e a traição do Rio de Janeiro maquinam contra nós, não devemos consentir que o Brasil fique nos ferros da escravidão."
E concluía: "Viva a constituição e cortes na Bahia e Brasil - Viva El-Rei D. João VI nosso soberano pela constituição. Marcha."
Os conspiradores liberais pretendiam, como em Portugal, uma
constituição que limitasse o poder real. Habilmente, alguns foram adrede
convencidos de que a verdadeira luta deveria ser pela manutenção do
soberano no Brasil, entre eles o futuro marquês de Barbacena, então marechal Felisberto Caldeira Brant Pontes que, apesar de brasileiro, comandou a reação do governo, junto ao então coronel Inácio Luís Madeira de Melo.
Lutas ocorreram até à vitória dos revoltosos, sendo aclamado ao povo,
na Praça da Câmara, o novo estado de coisas. O Governador, conde da Palma, foi à Câmara Municipal e renunciou.
Portugueses e brasileiros estavam unidos, e constituíram uma Junta Governativa. Mas a situação não iria durar.
2 de julho: data máxima da Bahia
Não houve rendição de Madeira de Melo; este simplesmente embarcou,
derrotado, com o que lhe restava de tropas na capital, cerca de quatro
mil e quinhentos homens, que tomaram 83 embarcações. As primeiras tropas
brasileiras que entraram na capital foram as que estacionavam em Pirajá
e seguiram até São Caetano, sob o comando do coronel João de Souza Meira Girão, trecho da antiga "estrada das boiadas" que, depois, passou a chamar-se Estrada da Liberdade. Teriam sido recebidos, segundo a tradição, por um arco do triunfo feito em flores pelas irmãs do Convento da Soledade. Também ali seguiam José Joaquim de Lima e Silva, à frente do Batalhão do Imperador e comandante-em-chefe e o Coronel Antero José Ferreira de Brito com os homens que tomaram as trincheiras da Lapinha e Soledade.
Outras tropas ingressaram na cidade, ocupando-lhe os quartéis e pontos-chave de sua defesa:
- Felisberto Gomes Caldeira saiu de Armação e Rio Vermelho rumo ao Tororó, Barra, Graça e Corredor da Vitória, ocupando os quartéis do Campo da Pólvora, Palma, Gamboa e Forte de São Pedro, e ainda a Casa da Pólvora, nos Aflitos.
- Major José Leite Pacheco, saindo de Armação e da Pituba, segue pela área conquistada pelo Major Silva Castro em Cruz de Cosme e vai para o Carmo. Ocupam o Convento do Carmo, e postos em São Bento, Piedade, Jerusalém (ou Hospício), Noviciado (atual São Joaquim) e Santa Tereza.
Ao todo chegam a Salvador, no 2 de julho, um total de 8.686 oficiais e
soldados, sem contar as mais de mil mulheres que os acompanhavam no
auxílio, cozinha e socorro.
Fonte:http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Independ%C3%AAncia_da_Bahia&printable=yes#cite_note-0
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