Escolas particulares paquistanesas têm sido impedidas de comprar o livro
sobre a trajetória da jovem que se tornou ícone da luta pelo direito à
educação no país, Malala Yousafzai, devido a seu "conteúdo
anti-Paquistão e anti-islã", informou um alto funcionário neste domingo.
Malala heroína? Não no Paquistão
Mentor de ataque a Malala assume chefia do Taleban paquistanês
"Sim, nós proibimos o livro de Malala ("Eu sou Malala") porque traz um
conteúdo contrário à ideologia do nosso país e aos valores islâmicos",
explicou Kashif Mirza, chefe da Federação de Escolas Particulares do
Paquistão.
"Não somos contra Malala. Ela é nossa filha e está confusa sobre seu
livro. Seu pai pediu à editora para retirar os parágrafos sobre Salman
Rushdie e escrever A Paz Esteja com Ele depois do nome do nosso Sagrado
Profeta (Maomé)", afirmou Mirza.
O romancista britânico Salman Rushdie se tornou alvo de uma fatwa
(decreto religioso) no Irã que pedia sua morte, após ele ter
supostamente blasfemado contra o islã e o profeta Maomé em seu livro,
"Os Versos Satânicos".
A blasfêmia é um tema sensível também no Paquistão, onde o ato é passível da pena de morte.
Mirza disse que cerca de 152 mil escolas particulares em todo o
Paquistão se solidarizaram com Malala depois de ela ter sido baleada por
membros do Taleban no vale do Swat, no ano passado, mas afirmou que as
visões que ela expressou em sua autobiografia não eram "aceitáveis".
"Nenhuma escola vai comprar 'Eu sou Malala' para sua biblioteca ou qualquer outra atividade extracurricular no campus", afirmou.
Ele negou ter havido qualquer ameaça ou pressão de grupos militantes à
federação para que decidisse proibir o livro. No entanto, militantes
talebans ameaçaram atacar as livrarias que vendessem o livro de Malala.
Co-escrito com a jornalista britânica Christina Lamb, "Eu sou Malala"
narra a trajetória da jovem sob o regime do Taleban no vale do Swat,
noroeste do Paquistão.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br
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