sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

PSICOLOGIA EM 2014

Paulo Moreira Leite
Diretor da Sucursal da ISTOÉ em Brasília, é autor de "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA e na Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".


Esforço para transformar Copa em fracasso é lamentável e prejudica o país



 
Acabo de ler um desses panfletos eletrônicos campanha contra a Copa de 2014. 
Procuram atemorizar o turista dizendo que somos um dos países com maiores índices de assassinato do mundo.Também 
temos uma polícia extremamente violenta. Também temos uma educação ruim, uma saúde pública péssima, um 
transporte urbano idem.
 
São problemas reais, é óbvio. Mas a atitude é de torcida organizada pelo fracasso. Não se procura fazer um debate
racional para encontrar soluções e alternativas. O esforço é produzir um fiasco inesquecível, atitude que só prejudica
o Brasil.  
 
O nome disso é guerra psicológica. Não é um movimento pela razão mas que procura a política pela emoção. 
 
Janio de Freitas escreveu um artigo de mestre a respeito, na Folha de ontem. Quero abordar alguns aspectos do mesmo
tema. 
 
Para começar, não tem cabimento acusar o governo de falar em guerra psicológica, como se fosse um recurso retórico. A guerra
psicológica é alimentada todos os dias e está nos jornais, nas revistas, na TV. Sua finalidade é criar um estado de espírito,
uma disposição pré-definida.
  
Teremos  muita guerra psicológica, em 2014, para que, justamente no país do futebol, a Copa do Mundo venha a se 
tornar um  problema político. 
Josep Blatter, o presidente da FIFA, será endeusado quando começar a falar mal
do governo federal. Vai passar de demonio a santo em 24 horas. Será por isso que ele já começou a fazer críticas
ao governo brasileiro? Justo quem.  
 
 Olhando a situação com frieza, o ambiente não deveria ser este. 
 
Começando pelo futebol pois, salvo segundo aviso, é disso que se trata.  A verdade é que, ao  contrário do que se anunciou durante todos estes anos, os estádios – novos e reformados – vão  ficar prontos no prazo necessário para os jogos. 
 
São estádios modernos, seguros, confortáveis. Depois que entrarem em uso regular, a 
ocorrência de tragédias como a de Joinville e outras cenas de violência que marcam os campeonatos tradicionais deve se tornar mais rara;  
Só para dar um pouco de realidade ao debate. Compare as obras da Copa com o Metrô paulista, por exemplo. 
 
Tudo aquilo que se diz contra os estádios se demonstra -- até com ajuda da Justiça Suiça - no metrô paulista. Os 
atrasos duram anos. O superfaturamento bate recordes. E então? Cadê a indignação? 
 
Quando o Brasil ganhou o direito de organizar a Copa, o país fez uma festa. 
Quem não gostou da ideia ficou em silêncio.
 
 
Alguém disputou a eleição de 2010 falando mal da Copa? Não me lembro. Nem candidato a síndico de prédio se atrevia a tanto.
 
 
Salvo casos patológicos de desprezo pelas necessidades da maioria da população, quem  não queria a Copa como 
proposta esportiva, dizendo que o país teria outras prioridades – esta era minha opinião na 
época -- admitia a vantagem keynesiana. Era uma forma de apontar uma perspectiva de investimentos em larga escala, no país 
inteiro, nos anos seguintes.  
Depois da crise mundial de 2008, quando o capitalismo entrou em depressão em escala mundial, a Copa de 2014 
se tornou uma benção em vários lugares. Ajudou a manter o crescimento e o emprego de quem não teria outra chance de 
arrumar trabalho.
 
Na dúvida, dê uma volta no país e converse com pessoas da vida real.
 
O problema é a psicologia.
 
A maioria dos brasileiros concorda -- racionalmente, com base em dados objetivos e também por experiência própria -- que 
poucas vezes e trabalhou com tanto empenho para distribuir a renda e melhorar a vida dos mais pobres como aconteceu depois 
da chegada de Lula no Planalto.
Neste ponto, é um governo de valor histórico. 
 
A terapia emocional de massas quer nos convencer do contrário. Embora tenha chegado ao Planalto em 2003, procura-se criminalizar 
o condomínio Lula-Dilma pela omissão de seus adversários ao longo da história. 
É por isso que se fala muito do futebol.
E procura-se esconder o drama do metrô. Aliás: deu para notar que os atrasos do metrô geram menos protesto do que
as críticas a demora relativa nas obras da Copa? 
 
Qual é mesmo prioridade? 
 
O esforço da terapia é esse: mudar prioridades sociais e transformar a Copa num drama político.
 
Adversário de tantas ditaduras do século XX, David Rousset deixou uma frase muito útil para se enfrentar grandes operações
contra as democracias: 
 
"As pessoas normais não sabem que tudo é possível."







Fonte:http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/341953_PSICOLOGIA+EM+2014?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Uma enquete mostra resultados como o preconceito e homossexualidade é hoje encarada.



Título da enquete: A novela Amor à Vida aborda a questão do preconceito e homossexualidade, em relação a você:
Total de votos: 105
  • Aceito qualquer pessoa homossexual em qualquer situação sem qualquer reserva (49% - 51 votos)

  • Aceito por educação, mas prefiro manter distância (22% - 23 votos)

  • Tenho muita dificuldade de aceitar, reconheço que tenho preconceito (3% - 3 votos)

  • Acho uma falta de vergonha e realmente não aceito de modo algum (12% - 13 votos)

  • Caso tivesse um filho ou filha homossexual cairia em desespero (14% - 15 votos)

Clínica de Psicologia da Unaerp abre inscrições para atendimentos gratuitos, em Ribeirão Pret



A Clínica de Psicologia da Unaerp está com inscrições abertas para atendimentos gratuitos. Os interessados podem se inscrever, pessoalmente ou representados pelos seus responsáveis, até o dia 15 de março, na secretaria do Núcleo Multiprofissional da Universidade, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Entre os atendimentos prestados estão: Psicoterapia Individual ou em Grupo para crianças, adolescentes, adultos e idosos; Psicologia Escolar e da Aprendizagem; Orientação Vocacional / Profissional; Psicologia da Saúde e Plantão Psicológico. Alunos dos últimos anos do curso de Psicologia realizam os atendimentos, supervisionados por professores experientes em suas áreas de atuação.

Para a inscrição, devem ser seguidos os seguintes procedimentos:
a) Crianças e adolescentes: os responsáveis devem dirigir-se à Clínica de Psicologia para fazer a inscrição pessoalmente, prestando informações de contato para futuro agendamento. Há lista de espera e os responsáveis são primeiramente chamados para uma triagem e, a partir das informações e indicações, são feitos encaminhamentos para os atendimentos que melhor poderão atender às necessidades da criança e da família.
b) Atendimentos para adultos e idosos: as inscrições devem ser feitas pessoalmente na Clínica de Psicologia, pelo próprio interessado nos atendimentos. Há lista de espera e será feita uma entrevista de triagem para posterior encaminhamento para o atendimento mais indicado à situação.
c) Orientação Vocacional / Profissional: as inscrições devem ser feitas pessoalmente pelo próprio interessado ou por seus responsáveis. As vagas são limitadas e é seguida a ordem de inscrição.
Nos casos de encaminhamentos de outros profissionais para o atendimento, os interessados devem trazer a carta de encaminhamento, que será anexada à ficha de inscrição para agilizar o atendimento.

Informações pelo telefone (16) 3603 7003. As vagas são limitadas.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Publicado em 26 de Janeiro de 2014 às 17h51min - Atualizado em 26/01/2014 às 19h57min Homem rouba carro, faz ‘test drive’ e morre afogado Rapaz roubou o carro, foi fazer um 'test drive' junto do receptador e acabou morrendo afogado depois que um veículo caiu em um tanque de peixes...

Crédito: Divulgação Um homem morreu afogado na madrugada de ontem (25) após furtar um carro em Irati, cidade a 90 quilômetros de Ponta Grossa. De acordo com a Polícia Militar, ele e outro rapaz levaram o veículo da garagem de uma casa. A dupla seguiu com o carro para Rebouças, nos Campos Gerais, onde o automóvel seria vendido.
Assim que chegaram à cidade, o receptador e um dos bandidos saíram para testar o carro, que ficou sem controle e caiu em um tanque de peixes.
O suspeito tinha 24 anos e estava no banco do passageiro. Já o homem que compraria o veículo, de 20 anos, saiu ileso e avisou a polícia sobre o acidente, mas acabou preso. O outro ladrão, que ajudou a furtar o automóvel em Irati, conseguiu fugir.

domingo, 26 de janeiro de 2014

ACIDENTE E NOTÍCIA NOS PRINCIPAIS JORNAIS DO PAIS E DO MUNDO.

A TARDE: Ônibus que viajava da Bahia cai em rio e dois morrem


Duas pessoas morreram e 49 ficaram feridas após o ônibus em que viajavam cair dentro de um rio que passa sob a BR-116, na Zona da Mata mineira. O acidente ocorreu no início da manhã deste domingo, 26, mas, até o início da noite,  a mulher e um bebê que morreram no local não haviam sido identificados.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o veículo caiu da ponte que fica no quilômetro 683 da rodovia, próximo a Muriaé, e ficou de lado, quase totalmente submerso no rio Glória. O ônibus, da empresa Novo Horizonte, seguia de Ipiaú (BA) para São Paulo com 51 pessoas, incluindo o motorista, que sofreu ferimentos leves.
Homens do Corpo de Bombeiros que participaram da ocorrência tiveram que usar um barco para fazer a busca pelos mortos. O primeiro corpo a ser encontrado foi o do bebê, uma menina de aproximadamente três meses. De acordo com a PRF, já durante a tarde foi localizado o corpo da mulher.
O motorista alegou que o ônibus teve um problema mecânico, possibilidade confirmada pela polícia, já que o local é uma reta. Ainda segundo a PRF, pessoas que passavam pelo local no momento do acidente pularam no rio para auxiliar no resgate das vítimas. Os feridos foram encaminhados para o Hospital São Paulo, em Muriaé. 
Socorro
O acidente sensibilizou a população local e exigiu uma força tarefa do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que convocou policiais dos postos de Muriaé e Leopoldina, e prefeitura.
Ambulâncias públicas e particulares, como da Unimed, além de um ônibus coletivo da empresa União, de Muriaé, prestaram socorro às vítimas.

IPIAÚ -Passageiros que embarcaram em Ipiaú soferam um acidente com ônibus, dois nortos e deixaram 49 feridos em Minas Gerais

  MATÉRIA DO JORNAL ESTADÃO

Veículo que seguia para São Paulo tombou em um rio próximo a Muriaé, na Zona da Mata

Marcelo Portela - O Estado de S. Paulo
Veículo ficou praticamente submerso após tombar em Muriaé - Silvana Alves
Silvana Alves
Veículo ficou praticamente submerso após tombar em Muriaé
BELO HORIZONTE – Duas pessoas morreram e 49 ficaram feridas após o ônibus em que viajavam cair dentro de um rio que passa sob a BR-116, na Zona da Mata mineira. O acidente ocorreu no início da manhã, mas, até a tarde de ontem, uma mulher e um bebê que faleceram no local não haviam sido identificados.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o veículo caiu da ponte que fica no quilômetro 683 da rodovia, próximo a Muriaé, e ficou de lado, quase totalmente submerso no rio Glória. O ônibus, da empresa Novo Horizonte, seguia de Ipiaú (BA) para São Paulo com 51 pessoas, incluindo o motorista, que sofreu ferimentos leves.

Homens do Corpo de Bombeiros que participaram da ocorrência tiveram que usar um barco para fazer a busca pelos mortos. O primeiro corpo a ser encontrado foi o do bebê, uma menina de aproximadamente três meses. De acordo com a PRF, já durante a tarde foi localizado o corpo da mulher.

O motorista alegou que o ônibus teve um problema mecânico, possibilidade confirmada pela polícia, já que o local é uma reta. Ainda segundo a PRF, pessoas que passavam pelo local no momento do acidente pularam no rio para auxiliar no resgate das vítimas. Os feridos foram encaminhados para o Hospital São Paulo, em Muriaé. Na Novo Horizonte ninguém atendeu o telefone na tarde de ontem.
Fotos:Silvan Alves
Uma criança morreu e 49 pessoas estão feridas.

 FONTES: 

  • http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,acidente-com-onibus-mata-dois-e-deixa-49-feridos-em-minas-gerais,1123200,0.htm

  • http://www.giroemipiau1.com.br/2014/01/onibus-com-30-passageiros-que.html

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Coletivo Regional de Estudantes de Psicologia do Norte Nordeste

http://www.facebook.com/erepnne
(COEREP N/NE) 
Coletivo Movimente-se Cariri

Convocatória


Reunião Presencial de Articulação do EREP N/NE

O Coletivo Regional de Estudantes de Psicologia do Norte/Nordeste e o Coletivo Movimente-se do Cariri vem, por meio desta, convocar a todos/as os/as estudantes e/ou entidades estudantis de Psicologia do Norte e Nordeste a participarem da 28ª Reunião Presencial de Articulação do Coletivo Organizador do Encontro Regional de Estudantes de Psicologia do Norte e do Nordeste (EREP N/NE), que ocorrerá no período de 23 a 26 de janeiro de 2014 na cidade do Crato – Ceará.
Tal reunião segue decisão tomada em Reunião da COEREP N/NE e tem por finalidade articular o Coletivo Regional de Estudantes de Psicologia Norte Nordeste, construir o próximo EREP NNE, além de ampliar a articulação da Psicologia e o aprofundamento de discussões políticas pertinentes a todos/as os/as estudantes dessas regiões.
Para tanto, esperamos contar com a presença do maior número possível de estudantes nesta reunião, já que durante a mesma também realizaremos atividades de diálogo, vivência e integração entre os estudantes de Psicologia.
Informações concernentes à alimentação, aos alojamentos e à programação serão divulgadas em breve pela lista de emails erepnone@yahoogrupos.com.br e no site www.erepnne.webnode.com.br. Solicitamos a confirmação de participação com antecedência através do email erep.comunicacao@gmail.com, para organização logística do encontro, também é este o endereço eletrônico para informações acerca da referida reunião.

Atenciosamente,
Coletivo Regional de Estudantes de Psicologia Norte Nordeste
Coletivo Movimente-se do Cariri

Informações: Isabella Ribeiro - 088 9611 0498
Josú Ribeiro - 088 96462420
Rayanne Chagas – 083 9652-1114

Segue NESTE LINK a convocatória em PDF para download
Fonte:http://erepnne.webnode.com.br/

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Entrevista "As drogas não são o problema": entrevista com o neurocientista Carl Hart.


"Uma das coisas que me chocaram foi o fato de ter descoberto que de 80% a 90% das pessoas que usam drogas como o crack ou a heroína não são viciadas"





Columbia University
A Carta Maior traduziu trecho da entrevista que o neurocientista Carl Hart concedeu ao site Democracy Now!. Atualmente, o debate da questão das drogas no Brasil muitas vezes foca a internação compulsória e o acirramento das leis anti-drogas como as medidas necessárias a serem tomadas para tentar solucionar o problema da dependência química. O Dr. Carl Hart traz uma visão totalmente diferente e inovadora para os padrões científicos amplamente difundidos na grande mídia.
Entrevista do Dr. Carl Hart a Amy Goodman, do DemocracyNow!
O Dr. Carl Hart é o primeiro cientista afro-americano titular na Universidade de Columbia, onde é professor associado dos departamentos de psicologia e psiquiatria. Ele também é membro do Conselho em Assuntos de Abuso de Drogas e pesquisador da Divisão de Abuso de Substâncias do Instituto de Psiquiatria de Nova York. No entanto, muito antes de ter entrado nos  salões consagrados da Ivy League, Carl Hart adiquiriu conhecimento de primeira-mão sobre o uso de drogas nos bairros mais perigosos de Miami, onde cresceu. Ele publicou recentemente o seu livro High Price: A Neuroscientist’s Journey of Self-Discovery That Challenges Everything You Know About Drugs and Society. Neste livro, ele relembra sua jornada de descobertas e como escapou de uma vida de crimes e não se tornou um dependente químico como aqueles que ele hoje estuda.
Amy Goodman: Vamos começar falando sobre de onde você vem.
Dr. Carl Hart: Bom, como dizem, eu vim do gueto. E, quando pensamos nestas comunidades, logo pensamos naquela imagem de lugares devastados pelo abuso de drogas: eu acreditei nessa narrativa por muito tempo. Na verdade, eu tenho estudado as drogas há 23 anos; e por 20 acreditei que as drogas eram o problema das comunidades. Mas quando eu comecei a olhar com mais cuidado, quando comecei a olhar as evidências de maneira mais cuidadosa, ficou claro para mim que as drogas não eram o problema. O problema era a pobreza, a política anti-drogas, a falta de empregos - um leque variado de coisas. E as drogas eram apenas um componente que não contribuía tanto quanto os outros que citei anteriormente.
Amy Goodman: Então, fale-nos dos resultados destes estudos que você vem publicando há alguns anos nos maiores jornais científicos.
Dr. Carl Hart: Bom, uma das coisas que me chocaram quando eu comecei a entender o que estava acontecendo foi o fato de ter descoberto que de 80% a 90% das pessoas que usam drogas como o crack, a heroína, metanfetaminas, maconha, não são viciadas. Eu pensei, “espera aí. Eu pensava que uma vez que se usava estas drogas, todos se tornavam viciados, e essa era a causa dos problemas sociais.” Outra coisa que eu descobri foi que se dermos alternativas às pessoas - como empregos - elas não abusarão das drogas como fazem. Descobri isso no laboratório com humanos assim como com animais.
Amy Goodman: o que você quer dizer? Você está dizendo que o crack não é tão viciante quanto todos dizem?
Dr. Carl Hart: Bom, temos um belo exemplo agora: o prefeito de Toronto, Rob Ford. Ele usou crack e fez seu trabalho normalmente. Deixando de lado o que pensamos sobre ele ou suas políticas, ele foi ao trabalho todos os dias. Ele fez seu trabalho. A mesma coisa aconteceu com Marion Barry. Ele foi ao trabalho todos os dias. Na verdade, ele o fez tão bem na opinião das pessoas de Washington que ele foi votado mesmo depois de ter sido condenado pelo uso de crack. E assim é a maioria dos usuários de crack. Assim como qualquer outra droga, a maior parte das pessoas o faz sem outros problemas.
Amy Goodman: Compare com o álcool.
Dr. Carl Hart: Bom, quando pensamos no álcool, cerca de 10% a 15% dos usuários são viciados ou se encaixam em critérios do alcoolismo; para o crack, cerca de 15% a 20% - quase a mesma coisa se tratando de números. E nós sabemos disso cientificamente já faz 40 anos. Mas não dizemos esse tipo de coisa ao público
Amy Goodman: Então, você está dizendo que alguém que toma vinho todas as noites no jantar não seria considerado viciado da mesma forma que a pessoa que usa crack é?
Dr. Carl Hart: Exatamente. Então, o crítério, para mim, para julgar se alguém é ou não viciado é o de se esta pessoa tem problemas nas suas funções psicossociais. Ela vai ao trabalho? Ela lida com suas responsabilidades? O ela deixa de lado suas atividade? E quando pensamos em drogas como o alcool, as pessoas podem beber todos os dias e ainda assim lidar com todas suas responsabilidades. O mesmo se dá com usuários de crack. O mesmo se dá com usuários de cocaína. O mesmo com maconha. Pense da seguinte forma: os três últimos presidentes recentes usaram drogas ilícitas, e todos eles cumpriram com suas responsabilidades. Eles alcançaram os níveis mais altos de poder. E teríamos orgulho deles se fossem nossos filhos, apesar do fato de terem usado drogas ilegais.
Amy Goodman: Mas todos eles dizem que não usavam de maneira regular...
Dr. Carl Hart: Bom, quando nós dizemos “de maneira regular,” por exemplo, eu uso álcool assim. Eu posso beber uma vez por mês, duas, quatro vezes. Pode variar, mas isto é, certamente, regular. E então eu penso que, quando as pessoas dizem regular, elas pensam na verdade em abusar. E quando as pessoas abusam várias vezes ao dia isso vai atrapalhar algumas de suas funções psicossociais. Mas, isto se dá com um número pequeno de pessoas. Só algumas têm um comportamento como esse. E eu asseguro que se alguém tem esse tipo de comportamento, este não é seu único problema. Ela tem muitos outros.
Amy Goodman: Então, por que algumas pessoas se viciam em crack e outras não?
Dr. Carl Hart: Esta é uma ótima questão. As pessoas se viciam por muitas razões. Algumas possuem outras doenças psiquiátricas que contribuem com seu vício em drogas. Outras ficam viciadas porque esta é a melhor opção disponível a elas; outras porque têm poucas capacidades limitadas para assumir responsabilidades. As pessoas se tornam viciadas por um leque muito diverso de razões. Se nós estivéssemos de fato preocupados com o vício em drogas, nós estaríamos tentando entender precisamente o porquê as pessoas se tornam dependentes. Mas não é nisso que estamos interessados. Nesta sociedade nós nos interessamos em maldizer as drogas. Dessa forma, não temos de lidar com os problemas sociais mais complexos que transformam as pessoas em dependentes químicos.
Amy Goodman: Fale sobre neurociência.
Dr. Carl Hart: Essa é uma ótima questão. Em algum nível, em termos de abuso de drogas, a neurociência se tornou um tipo de "vodu", apesar de ser meu tipo favorito de ciência. As pessoas acham que a neurociência se resume em imagens bonitinhas mostradas aos pacientes e suas reações, como se essas refletissem seu comportamento. Não reflete. Partindo dessa perspectiva, isso me preocupa muito. Mas por um outro lado, eu me maravilho com o que aprendemos sobre o funcionamento do cérebro. Não estamos nem perto de poder explicar o vício em drogas com a neurociência, mas isso não significa que não deveríamos tentar descobrir o que se passa no nossa cabeça.
Amy Goodman: Você tem feito testes em humanos. Como esses experimentos se comparam com os feitos em animais e nos ratos?
Dr. Carl Hart: Depende da pergunta que você faz. Quando pensamos na dopamina, e você tem ouvido falar bastante desse neurotransmissor, está nos cérebros dos ratos e dos humanos. Se você quer saber o que a cocaína faz com a dopamina, você pode usar o cérebro de um rato para descobrir isso, assim como o de um humano. Mas quando começamos a falar sobre vício em drogas e suas complexidades, o aspecto muda pois esse vício é uma doença dos humanos, não dos ratos. O que você pode fazer nos ratos é, talvez, formular um componente ou até dois da dependência química, mas temos de entender que isso tem suas limitações.
Amy Goodman: Doutor, você pode falar da sua jornada de vida? Como acabou sendo o primeiro cientista Afro-Americano a ser titulado na Universidade de Columbia?
Dr. Carl Hart: Essa é uma questão que a sociedade deveria responder. Eu digo, quando pensamos nos números de Afro-Americanos que estão no campo da neurociência e porque são baixos, esse é um assunto que a sociedade ainda não analisou. E tem relação com o papo sobre maconha. Você mostrou algo sobre Kennedy mais cedo. Esse tipo de pessoa me enoja, sério, quando pensamos sobre o papel do racismo na repressão às drogas, e essas pessoas não pensam nisso?
Amy Goodman: O ex-membro do Congresso, Patrick Kennedy, co-fundou o grupo Alternativas Inteligentes para a Maconha, sendo contrário à legalização, baseando-se no argumento de que poderia ser prejudicial às minorias do país. O que você pensa sobre isso?
DR. Carl Hart: Se ele realmente estivesse preocupado com as comunidades compostas por minorias, ele deveria fazer menção a este fato: hoje, se mantivermos a mesma aplicação de políticas em relação às drogas, um a cada três afro-americanos nascidos hoje passariam um tempo na cadeia. Se ele estivesse realmente preocupado, ele iria entender que homens afro-americanos representam 6% da populaçao e 35% da população carcerária. Isso é abominável.
E quando nós pensamos sobre os perigos da maconha de uma perspectiva científica, eles são equivalentes ao do álcool. Agora, eu não quero ficar falando sobre os perigos do álcool ou acabar com sua reputação, pois eu penso que toda sociedade deveria ter drogas. Nós precisamos delas, e toda sociedade sempre os utilizou.
AMY GOODMAN: Por que nós precisamos de drogas?
Dr. Carl Hart: Deixa as pessoas mais interessantes, diminui a ansiedade. O álcool é associado com um grande leque de efeitos benéficos à saúde - diminui a chance de doença no coração, de enfartos. O mesmo pode ser dito da maconha - ajuda as pessoas a dormir melhor, pode combater a ansiedade.
Pensemos em analogia com os automóveis. Nos anos 1950, o número de acidentes de carro eram relativamente altos. Foram instituídas medidas: cinto de segurança, limite de velocidade etc. Os acidentes diminuíram sensivelmente. Se as pessoas estão preocupados com os perigos da maconha, nós podemos ensina-las como usar de forma mais segura.
Amy Goodman: Como você saiu de uma vizinhança violenta em Miami para a Universidade de Columbia ?
Dr. Carl Hart: Nós tinhamos um Estado de bem-estar social, que servia como uma rede de segurança para famílias como a minha. Eu tenho sete irmãos e hoje somos todos contribuintes, mas nós fomos criados no Estado de bem-estar. Sem isso, eu não estaria aqui. O governo tinha programas em ciência para as minorias, o que me ajudou a conseguir um Ph.D. Além disso, tive muitos mentores: negros, brancos, mulheres. E uma avó forte e cinco irmãs mais velhas que me ajudaram muito.
Amy Goodman: Você inicia seu livro falando sobre um experimento humano que você fez recentemente. Explique.
Dr. Carl Hart: Esse experimento foi pubicado no New York Times recentemente. Eu pesquisei a literatura animal, a qual mostra que quando você permite que um animal auto-administre cocaína pressionando uma alavanca que a injeta em suas veias, ele o fará até morrer. No entanto, após um estudo mais aprofundado da literatura, descobri que se você oferece um parceiro sexual a esse animal, ou algo doce para comer, eles dispensam a droga. Eles dão atenção a essas outras atividades. Então, eu achei que seria interessante descobrir se viciados em crack teriam seus comportamentos em relação à droga alterados se lhes fossem oferecidas alternativas. Nesse experimento, oferecíamos apenas 5 dólares. E é possível ver que eles aceitam o dinheiro em mais da metade das ocasiões.
Amy Goodman: Explique essa cena.
Dr. Carl Hart: Você leva uma pessoa para o laboratório. Eles se sentam de frente para um computador para indicar suas escolhas. Do lado esquerdo, a droga; do direito, o dinheiro. E eles têm cinco oportunidades, separadas por 15 minutos, que é o intervalo de tempo que uma enfermeira entra na sala e pede para que eles indiquem a opção escolhida.
Amy Goodman: Quem são esses sujeitos?
Dr. Carl Hart: Esses participantes são pessoas que atendem ao critério do vício em crack: indivíduos que usam crack por volta de cinco dias por semana. Eles gastam por volta de 200 a 300 dólares por semana com a droga. E nós passamos todos os requisitos éticos para que eles possam vir ao laboratório. Eles passam por exames físicos e são monitorados por uma enfermeira e um médico.
Assim que eles indicam sua escolha para a enfermeira, ela as traz para nós. Quando você oferece cinco dólares, a escolha é dividida. Mas se você aumenta a oferta para 20 dólares, eles sempre escolhm o dinheiro, nunca a droga. E muitas vezes as pessoas dizem: "Eles selecionam o dinheiro para comprar mais droga". Uma coisa que normalmente se diz sobre usuários de crack é que eles não conseguem fazer escolhas racionais uma vez que possuem a opção de escolher a droga. Mas eu sei que a maioria dessas pessoas nesses estudos não simplesmente pegou o dinheiro para comprar drogas, até porque pagamos algumas de suas dívidas. Eles guardaram o dinheiro que receberam e nos pediram para pagar certas contas.
Amy Goodman: Você ficou surpreso com suas descobertas?
Dr. Carl Hart Eu fiquei absolutamente surpreso quando comecei a coletar esses dados em 1999, 2000, pois eu havia sido levado a pensar, assim como o público americano, que usuários de crack iriam sempre escolher por mais crack. E isso é um mito.
Amy Goodman: Finalmente, Dr. Carl Hart, qual sua avaliação da forma como a mídia lida com as questões relacionadas às drogas?
Dr. Carl Hart: Não é apenas a mídia. Cientistas também contribuem para a desinformação, em parte porque têm medo de que qualquer coisa que digam seja interpretada como permissiva, então dizem muito pouco. Aparentemente, o principal objetivo dos cientistas não é a comunicação, mas sim não estar errado. E assim nós perdemos uma oportunidade de educar o público americano sobre como diminuir prejuízos relacionados às drogas.
Amy Goodman: O que você diz para os jovens a respeito de drogas e álcool?
Dr. Carl Hart: Eu penso nessas coisas da mesma forma que eu penso sobre outros comportamentos potencialmente perigosos, como dirigir, por exemplo. Eu faço questão de educar meus filhos para que dirijam de forma segura, para fazerem sexo seguro. O mesmo vale para as drogas. Eu faço questão de que eles entendam os potenciais efeitos positivos, negativos, e como evitar os negativos.
Tradução de Isabela Palhares, Roberto Brilhante, e Rodrigo Giordano
Créditos da foto: Columbia University

Freud explica: salário de psicólogo é o que mais subiu

A carreira de psicólogo foi a que teve a maior alta salarial no último ano. Novos nichos de atuação, como o big data, contribuem para que cresça a demanda por esses especialistas no comportamento humano.

 

 


São Paulo - Uma pesquisa do site de empregos Catho mostra que a psicologia foi a carreira com maior alta salarial em 2013 — um aumento de 54,7% em relação ao ano anterior.

De acordo com Telma Souza, diretora do site, o crescimento da remuneração apontado pelo estudo beneficiou principalmente os profissionais que atuam no ambiente corporativo. "Isso engloba funções na indústria e na área de serviços", diz Telma.
Segundo a executiva, os melhores rendimentos têm incentivado muitos psicólogos a migrar de especialidade dentro da profissão, trocando a área clínica, por exemplo, pelo trabalho em segmentos tão diversos como administração hospitalar, área educacional ou recrutamento e seleção.
Mas ela faz um alerta. "Cursos de pós-graduação e MBA são mandatórios para quem quer fazer essa transição. É preciso conhecer mais sobre business e marketing", afirma.
Para os especialistas, a versatilidade da psicologia é um dos principais fatores por trás do aumento na demanda por esses profissionais no ambiente corporativo. Uma das mais recentes tendências é o recrutamento de psicólogos por empresas que trabalham com big data — processamento de um grande volume de informações online.
"Na prática, o psicólogo analisa qualquer tipo de informação digital em tempo real e compreende o que há por trás desses números", afirma Adriano Henriques, vice-presidente de inteligência de mercado da Wunderman, uma das maiores agências digitais globais.
Para Adriano, o parecer de psicólogos sobre os dados analisados é fundamental para desenvolver soluções para os negócios. "Eles auxiliam na compreensão do comportamento do consumidor; são o fator humano do levantamento estatístico." Estima-se que o déficit de mão de obra especializada em big data chegará a 60% em 2015. 

Interpretação de dados 

O psicólogo paulistano Arthur Nagae, de 24 anos, nem cogitou a possibilidade de atuar na área clínica. Desde que saiu da universidade, em 2012, tem trabalhado como analista de digital analytics no grupo Newcomm de comunicação, fundado pelo empresário Roberto Justus.
Arthur faz análise da conduta de consumo dos clientes de empresas bancárias, de telecom e de companhias aéreas, acompanhando campanhas publicitárias e seu desempenho na mídia. Por meio das informações analisadas por ele, são montadas ações de marketing para cada marca.
"Trabalho em conjunto com pessoas de mídia, marketing e implementação de sistemas operacionais. Vivo inserido no mundo digital", diz Arthur, que acredita que o big data é uma das áreas mais promissoras para os profissionais de psicologia.
De acordo com um estudo recente da ABI Research, empresa americana de pesquisa e inteligência de mercado, organizações do mundo inteiro vão investir 31 bilhões de dólares neste ano em tecnologias de big data, um mercado que deve crescer 30% ao ano até 2018.
Um bom exemplo é o Google: todos os produtos do gigante de buscas têm base no levantamento de dados gerados graças às ferramentas de análise em larga escala. "Áreas que lidam com o comportamento humano, como a psicologia e a economia, cada vez mais terão ligação com o marketing, a publicidade e o big data", afirma Adriano, da Wunderman.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Estudante de psicologia lança livro de poesias

Rodrigo Fernandes Ferreira Brito - Estudante de psicologia - 07-01-13
Estudante de psicologia Rodrigo Fernandes Ferreira Brito, autor do livro “Solstício ao Luar”

O estudante de psicologia Rodrigo Fernandes Ferreira Brito lança no próximo dia 10, a partir das 19 horas, na Center Livros do Shopping, o seu livro de poesia “Solstício ao Luar”.
“A obra é composta com 66 poesias surrealistas inspiradas nas obras Salvador Dali, André Breton e Ciro Pessoa”, disse o autor. O livro é um trabalho da editora Multifoco.
Rodrigo Fernandes nasceu em Cuiabá, mas reside em Rondonópolis, onde cursa a graduação de psicologia na Universidade Federal de Mato Grosso. Dedica-se à literatura desde 2006. Iniciou a carreira poética sobre a influência do amor romântico de Àlvares de Azevedo, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu, Byron e Keats.
No ano de 2012, descobre as poéticas de Ciro Pessoa, André Breton, Salvador Dali e dedica-se, desde então, os seus suspiros lisérgicos ao Surrealismo. Possui poesias publicadas nos jornais A Tribuna e Zero Hora, de Porto Alegre, Jornal de Santa Catarina, em Blumenau, e nas antologias “Concurso Literário *Professor Sérgio Dalate*: Contos e Poemas”. Também possui publicações no “Concurso Nacional Novos Poetas 2012: Prêmio Sarau Brasil”.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Livro 'Residência em Psicologia'

Livro 'Residência em Psicologia' do HU é lançado em Juiz de Fora

 


O livro “Residência em Psicologia: novos contextos e desafios para a formação em saúde”, organizado por Maria Stella Tavares Filgueiras, Gabriela Guerra Gonze e Rosimeire Aparecida Neto Dias Villela, será lançado nesta terça-feira (7), a partir das 19h30, no Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O livro trata sobre a saúde coletiva nas instituições públicas, atenção ao bem-estar da criança e do adulto, sanidade mental, entre outros, com o objetivo de ressaltar a importância dos diversos projetos oferecidos pela Residência em Psicologia Hospitalar do HU.
Parte da publicação foi lançada em 2010, como produto da experiência da Residência em Psicologia Hospitalar e da Saúde do Hospital Universitário (HU) da UFJF. O lançamento do segunda parte terá uma ampliação de áreas participantes, incluindo Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Serviço Social. A seleção apresenta textos do atual coordenador da residência, professor Antenor Salzer Rodrigues, que escreveu um dos artigos e o posfácio, além de textos das organizadoras.
O Forum da Cultura fica na Rua Santo Antônio, nº 1.112, no Centro.
O livro trata de temáticas ligadas à saúde coletiva nas instituições públicas, como atenção ao bem-estar da criança e do adulto, sanidade mental, entre muitas outras.
O livro trata de temáticas ligadas à saúde coletiva nas instituições públicas, como atenção ao bem-estar da criança e do adulto, sanidade mental, entre muitas outras.


No dia 07 de janeiro, às 19h30, será lançado o livro ‘Residência em Psicologia: novos contextos e desafios para a formação em saúde’, organizado por Maria Stella Tavares Filgueiras, Gabriela Guerra Gonze e Rosimeire Aparecida Neto Dias Villela, no Forum da Cultura, da UFJF.
A publicação da Editora Vozes foi lançada em seu primeiro tomo em 2010, como fruto da experiência da Residência em Psicologia Hospitalar e da Saúde do HU/UFJF. O lançamento do segundo tomo apresenta uma ampliação de áreas participantes, além da Psicologia, incluindo Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Serviço Social.
A seleção conta com textos do atual coordenador da residência, professor Antenor Salzer Rodrigues, que escreveu um dos artigos e o posfácio e das organizadoras, Gabriela Guerra Gonze e Rosimeire Aparecida Neto Dias Villela e a psicanalista e professora, Maria Stella Tavares Filgueiras.
A temática abrange a saúde coletiva nas instituições públicas, atenção ao bem-estar da criança e do adulto, sanidade mental, entre muitas outras, ressaltando a importância dos diversos projetos oferecidos pela Residência em Psicologia Hospitalar do HU.
A obra mostra os conhecimentos compartilhados com a inclusão de dificuldades, frustrações e êxitos, sobretudo, a realização profissional de todos aqueles que, movidos pelo ideal da construção de um trabalho interdisciplinar, almejam uma melhor qualidade da assistência na saúde pública.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Cascavel: Simpósio de Psicologia tem palestra com Ana Bock

Além da conferência, evento contou com apresentações de trabalhos científicos, mesa-redonda e minicursos
 
Ainda repercute na Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Cascavel, a presença da psicóloga Ana Mercês Bahia Bock, conferencista que abriu o 12º Simpósio de Psicologia, evento que contou com a participação de estudantes de toda a região. Autora de livros de referência na academia, Bock iniciou falando de escolhas, que permitem a identificação do eu, e de sofrimentos psíquicos – algo que vai aparecer na história e dizer quem o sujeito é, de que forma o seu jeito tem a ver com a sociedade em que vive. “A gente se perde quando não percebe o que está à volta”, refletiu.
A psicóloga Ana Bock ministra palestra em Cascavel
Ao fazer um histórico do curso, lembra que surge a partir da Lei 4119/62, representando uma demanda social: “Devida à modernização do país agrário tem início os testes psicológicos, forma objetiva de selecionar, diferenciar e categorizar pessoas. A industrialização anseia em colocar o homem certo no lugar certo, processo que foi alimentado pela elite”.
Segundo explanou, na ditadura a psicologia foi aberta para a camada média, crescendo como categoria profissional. “Não havia diversidade de intervenções e ações; ganhamos a certidão de nascimento sem que a criança tivesse nascido”.
A psicóloga Cynthia de Moura, em palestra sobre jogos lúdicos
Seu propósito foi, além de refletir sobre o que é psicologia, pensar qual é sua contribuição social. A psicóloga explica que, quando a ciência começava a engatinhar, no cenário nacional crescia o movimento social contra a ditadura e anistia, e, neste contexto, as aulas permitiam a reflexão de ideias de esquerda, progressista, levantando ao questionamento de que psicólogo quero ser e a quem servir.

Psicólogos compartilham sobre atuação com adolescentes em conflito com a Lei
Bock ainda fundamenta que as práticas precisam ser pesquisadas, inseridas nas grades curriculares e, independente de ênfase, é preciso, em primeiro lugar, saber qual a realidade que posso contribuir para a transformação, capaz de ousar falar, de refletir sobre um problema e fazer uma leitura do que acontece ao entorno.
“Por que ficamos de costas para a realidade social?”, indagou, esclarecendo: “Porque não precisamos dela, temos concepção universal e abstrata do sujeito. Precisamos rever a concepção de fenômeno psicológico e nos aproximar da concepção real da psicologia para um país digno. Saber o que o sujeito pensa e deixar que nos ensine primeiro quem é ele, para olhar a queixa que nos apresenta”.
Além da palestra ‘Os caminhos da Psicologia, o Simpósio contou com o conhecimento da psicóloga Cynthia Borges de Moura, que abordou o tema ‘Recursos lúdicos na psicoterapia infantil’. Ressaltou que, por meio dos jogos, é importante identificar formas de comemoração (abraço de urso, beijo de esquimó, de borboleta, massagem nos pés e ombros, cafuné nos cabelos) e verbalizações, com o objetivo de a criança aprender o que significam os sentimentos e quais reconhece nela.
Teve também mostra de painéis de estágio, apresentações de trabalhos científicos, mesa-redonda envolvendo discussões sobre adolescente em conflito com a Lei, e minicursos, discorrendo assuntos como ‘avaliação neuropsicológica’, ‘medicalização, TDAH, dislexia e outros diagnósticos’, ‘treinamento e desenvolvimento de pessoas’, ‘vivências em psicologia corporal’ e ‘técnicas de relaxamento e massagem para bebê e criança em situação de risco’.

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