terça-feira, 27 de maio de 2014

Investigação da UMinho premiada pela Associação Americana de Psicologia

Estudo de Ana Catarina Vieira de Castro poderá ajudar a entender melhor o autismo, a hiperatividade e a esquizofrenia

 

A Associação Americana de Psicologia, com o apoio da Sociedade de Análise Experimental do Comportamento, distinguiu a portuguesa Ana Catarina Vieira de Castro com a melhor tese de doutoramento de Psicologia Básica de 2014. Os estudos realizados na Universidade do Minho e na Universidade de São Paulo tiveram como objectivo avaliar a percepção do tempo em animais e poderão ajudar, no futuro, a compreender melhor doenças como o autismo, a hiperactividade e esquizofrenia.

“Esta distinção é um grande motivo de orgulho e é muito gratificante ver o nosso trabalho reconhecido a nível internacional. Resulta da formação de excelência que me foi proporcionada pela UMinho, em particular pelo Laboratório de Aprendizagem e Comportamento Animal da Escola de Psicologia, coordenado pelo professor Armando Machado”, afirma a premiada.

O trabalho de investigação pretendeu avaliar a capacidade que os pombos têm de discriminar intervalos de tempo. Foi demonstrado que os animais conseguem distinguir diferentes valores da duração de uma luz. “Colocou-se na gaiola uma luz que acende durante um ou quatro segundos. Para receber comida, o pombo tem de bicar num disco de plástico vermelho se a luz ficar acesa um segundo. Se esta ficar acesa quatro segundos, o pombo terá que escolher o disco verde”, explica Ana Catarina.

Hiperactividade poderá vir a ser mais bem entendida
Hiperactividade poderá vir a ser mais bem entendida
“O trabalho permitiu entender melhor os mecanismos de percepção temporal em animais. Como já mostraram outros estudos, a sensibilidade humana ao tempo é semelhante à dos animais. Assim, sabendo nós mais sobre os animais, ficaremos a saber mais sobre as mesmas competências em humanos e, nesse sentido, os resultados destas experiências constituem um passo importante na busca pela compreensão da globalidade dos mecanismos de percepção temporal”, adianta a investigadora.

Esta compreensão poderá vir inclusive a ter implicações mais directas na saúde humana, nomeadamente ajudando os peritos a perceber “o porquê de a percepção do tempo estar alterada em perturbações como o autismo, a hiperactividade e a esquizofrenia”.

Ana Catarina Castro é formada em Biologia Aplicada pela UMinho. Ao longo da licenciatura e, principalmente, durante um estágio curricular realizado em Leiden, na Holanda, desenvolveu um forte interesse pela área do comportamento animal. Em Portugal, teve a oportunidade de continuar a fazer investigação nesta área no âmbito do programa doutoral de Psicologia Experimental e Ciências Cognitivas da UMinho. Está actualmente com uma bolsa de pós-doutoramento no Instituto de Biologia Molecular e Celular, no Porto.

  Fonte:http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=58630&op=all

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