terça-feira, 17 de julho de 2012

Ipiaú: O Rio Água Branca pede socorro


Reportagem de :José Américo Castro no Giroemipiau

Maior e mais importante afluente do rio das Contas na região de Ipiaú, o rio Água Branca, nasce na região da Serrinha, município de Ibirataia, e se estende por mais de 30 Km. Sua foz é pouco abaixo do Parque de Exposições José Thiara, praticamente no perímetro urbano de Ipiaú. O vale que recebe seu nome é constituído por paisagens bucólicas, onde prevalecem verdes pastagens e raros trechos de mata ciliar. Seus mais importantes tributários são os rios Penedo, Água Vermelha e Boa Sem Farinha.
Alguns trechos do Rio Água Branca, notadamente os que cortam as cidades de Ibirataia e Ipiaú, com seus respectivos perímetros urbanos, sofreram processo de dragagem, fato que proporcionou modificações no leito original e geraram impactos. Na região do Guloso que fica no trecho mediano e envolve os dois municípios, o rio Água Branca apresenta extensas várzeas, as quais servem como berçários de muitas espécies da fauna fluvial. É nesta área pantanosa que existem concentrações de sucuiubas(sucuris), jacarés, lontras, capivaras e aves aquáticas.
Nas regiões próximas à nascente, em Ibirataia, desenvolvem-se projetos de piscicultura exótica em barragens. Nos períodos de cheias algumas dessas espécies saíram do cativeiro e seguiram rio abaixo provocando grandes impactos na ictiofauna nativa. O mesmo impacto ocorreu no rio das Contas e muitos dos seus tributários. À montante e à jusante da Barragem da Pedra, em Jequié, existem barramentos com a mesma finalidade de piscicultura.
São cada vez mais raros a piaba (lambari), a lampreia, o chiador(pequeno bagre), a traíra, o cambuti, o camarão, o gajé(pequeno caranguejo), o acari e outras espécies nativas que vão perdendo espaço para predadores exóticos como o terrível bagre africano(Clarias gariepinus), a voraz piranha, o valente tucunaré,o tambaqui, a tilápia do Nilo, dentre outros. A transformação na ictiofauna certamente resulta em grande desequilíbrio.
Outrora límpido e cristalino conforme sugere a sua denominação o rio Água Branca sofre degradações, sobretudo em decorrência dos despejos de esgotos domiciliares. Isto o torna impróprio aos banhistas.   
Bagre Africano
O bagre africano (Clarias gariepinus)é o maior vilão entre os exóticos.Não se tem   dúvidas sobre a voracidade da espécie que atua como predadora de todas as demais espécies de peixes e de outros animais que freqüentam lagoas e braços de rios, como pequenas aves aquáticas. “Além de não sofrer ameaça de animais silvestres, a espécie exótica não seleciona as suas presas. Come o que vir pela frente. Dono de uma musculatura diferenciada nas nadadeiras dianteiras e de um sistema respiratório acessório, ele é capaz inclusive de procurar novas águas por terra firme e de se adaptar em condições adversas. Capaz de se reproduzir quatro vezes ao ano, diferente da maioria dos peixes da bacia, que desovam apenas na piracema, em um curto espaço de tempo o bagre-africano infestou principalmente as lagoas marginais do Água Branca,do Contas e demais rios da bacia”.
Outrora límpido e cristalino conforme sugere a sua denominação o rio Água Branca sofre degradações, sobretudo em decorrência dos despejos de esgotos domiciliares. Isto o torna impróprio aos banhistas.
Fonte:http://giroemipiau.com.br/2011/07/16/ipiau-o-rio-agua-branca-pede-socorro-ii/

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