Reportagem de :José Américo Castro no Giroemipiau
Maior e
mais importante afluente do rio das Contas na região de Ipiaú, o rio
Água Branca, nasce na região da Serrinha, município de Ibirataia, e se
estende por mais de 30 Km. Sua foz é pouco abaixo do Parque de
Exposições José Thiara, praticamente no perímetro urbano de Ipiaú. O
vale que recebe seu nome é constituído por paisagens bucólicas, onde
prevalecem verdes pastagens e raros trechos de mata ciliar. Seus mais
importantes tributários são os rios Penedo, Água Vermelha e Boa Sem
Farinha.
Alguns
trechos do Rio Água Branca, notadamente os que cortam as cidades de
Ibirataia e Ipiaú, com seus respectivos perímetros urbanos, sofreram
processo de dragagem, fato que proporcionou modificações no leito
original e geraram impactos. Na região do Guloso que fica no trecho
mediano e envolve os dois municípios, o rio Água Branca apresenta
extensas várzeas, as quais servem como berçários de muitas espécies da
fauna fluvial. É nesta área pantanosa que existem concentrações de
sucuiubas(sucuris), jacarés, lontras, capivaras e aves aquáticas.
Nas
regiões próximas à nascente, em Ibirataia, desenvolvem-se projetos de
piscicultura exótica em barragens. Nos períodos de cheias algumas dessas
espécies saíram do cativeiro e seguiram rio abaixo provocando grandes
impactos na ictiofauna nativa. O mesmo impacto ocorreu no rio das Contas
e muitos dos seus tributários. À montante e à jusante da Barragem da
Pedra, em Jequié, existem barramentos com a mesma finalidade de
piscicultura.
São cada
vez mais raros a piaba (lambari), a lampreia, o chiador(pequeno bagre), a
traíra, o cambuti, o camarão, o gajé(pequeno caranguejo), o acari e
outras espécies nativas que vão perdendo espaço para predadores exóticos
como o terrível bagre africano(Clarias gariepinus), a voraz piranha, o
valente tucunaré,o tambaqui, a tilápia do Nilo, dentre outros. A
transformação na ictiofauna certamente resulta em grande desequilíbrio.
Outrora
límpido e cristalino conforme sugere a sua denominação o rio Água Branca
sofre degradações, sobretudo em decorrência dos despejos de esgotos
domiciliares. Isto o torna impróprio aos banhistas.
Bagre Africano
O bagre
africano (Clarias gariepinus)é o maior vilão entre os exóticos.Não se
tem dúvidas sobre a voracidade da espécie que atua como predadora de
todas as demais espécies de peixes e de outros animais que freqüentam
lagoas e braços de rios, como pequenas aves aquáticas. “Além de não
sofrer ameaça de animais silvestres, a espécie exótica não seleciona as
suas presas. Come o que vir pela frente. Dono de uma musculatura
diferenciada nas nadadeiras dianteiras e de um sistema respiratório
acessório, ele é capaz inclusive de procurar novas águas por terra firme
e de se adaptar em condições adversas. Capaz de se reproduzir quatro
vezes ao ano, diferente da maioria dos peixes da bacia, que desovam
apenas na piracema, em um curto espaço de tempo o bagre-africano
infestou principalmente as lagoas marginais do Água Branca,do Contas e
demais rios da bacia”.
Outrora
límpido e cristalino conforme sugere a sua denominação o rio Água Branca
sofre degradações, sobretudo em decorrência dos despejos de esgotos
domiciliares. Isto o torna impróprio aos banhistas.
Fonte:http://giroemipiau.com.br/2011/07/16/ipiau-o-rio-agua-branca-pede-socorro-ii/
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