Condenado a 22 anos e 3 meses, goleiro terá direito a regime semiaberto em 2017; promotor vai recorrer para aumentar a pena
CONTAGEM - O goleiro Bruno Fernandes poderá pedir o regime semiaberto daqui a quatro anos e cinco meses. Após quatro dias de julgamento, a condenação de 22 anos e 3 meses de prisão pela morte e ocultação de cadáver da ex-amante Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho, foi anunciada na madrugada desa sexta-feira. A outra acusada, a ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues do Carmo, foi absolvida, por 4 votos a 3, assim como havia sido solicitado pela Promotoria.
Segundo o criminalista Antonio Carlos Mariz de Oliveira, ele terá
direito ao semiaberto em 2017. O cálculo é feito com base na pena
específica do homicídio, de 17 anos e seis meses; por ser um delito
classificado como hediondo, ele exige que ao menos dois quintos da
condenação sejam cumpridos em regime fechado, sete anos portanto. O
tempo que Bruno já passou na cadeia, dois anos e sete meses, é
descontado desse período, e o prazo pode ser encurtado caso o atleta
trabalhe.
Embora tenha decidido recorrer da sentença, por considerá-la baixa, o
promotor Henry Wagner Vasconcelos disse que está satisfeito com a
condenação do réu. "A Promotoria de Justiça está com sua tarefa
cumprida. e buscará no mês de abril, num julgamento que se dará no dia
22, a condenação do executor do assassinato e da ocultação ou destruição
do cadáver de Eliza do réu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, com a
mesma precisão e veemência com que atuou no julgamento desta semana e no
julgamento da última semana do mês de novembro do ano passado."
Apelação
A defesa do ex-atleta do Flamengo já
apresentou uma apelação à juíza e afirmou que também pretende recorrer
em instâncias superiores para anular o julgamento realizado em Contagem,
na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
"Então a justiça é isso aí?" Foi assim que Bruno se manifestou ao seu
advogado de defesa Lúcio Adolfo. Apesar de ter ficado bastante
decepcionado, Adolfo disse que ele agradeceu e elogiou seu trabalho.
A mãe de Eliza, Sônia Moura, também não gostou da sentença. Para ela,
22 anos de prisão é pouco para o que Bruno fez. Ela criticou ainda a
absolvição da ex-mulher de Bruno, Dayanne do Carmo, do crime de
sequestro e cárcere privado de Bruninho. "Dayanne não é nenhuma
santinha, não. Nós já estamos recorrendo das duas decisões", afirmou
Sônia, para quem ainda não foi feita justiça.
A sentença chegou a ser aplaudida por parte das pessoas que estavam
no plenário do Tribunal do Júri. A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues
afirmou que a culpa de Bruno foi "intensa e reprovável" e que o goleiro
foi o mandante de uma "trama diabólica", executada com "detalhes
sórdidos e absoluta impiedade". Ela classificou Bruno como uma pessoa
"fria, violenta e dissimulada", com "total subversão de valores" e que
mostrou "firme disposição para a prática do homicídio". E salientou que a
ocultação do cadáver foi um ato de desprezo e vilipêndio. "A supressão
do corpo humano é a verdadeira violência contra a matéria", declarou.
Progressão
Regime semiaberto é uma etapa da progressão
penal em que o preso é autorizado a sair da cadeia cinco vezes por ano.
Ele também ganha o direito de trabalhar - dentro do presídio ou fora
dele, caso não existam vagas suficientes nas oficinas da penitenciária.
Com a autorização da saída para trabalho, o regime acaba equivalendo, na
prática, ao aberto, modalidade na qual o preso tem apenas a obrigação
de dormir na cadeia.
Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,bruno-podera-sair-da-prisao-em-4-anos,1006341,0.htm
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