Ao aderir
a uma rede social, tal como o Facebook,
estabelecem-se diversas relações e conexões com pessoas que podem ser, ou não,
do leque de amigos do dia - a - dia. Será que o tipo de relação estabelecida
pessoalmente é semelhante ao tipo de relação estabelecida virtualmente? Será que
se responde de forma igual perante uma discussão acesa sobre um tema se se
estiver em contexto presencial ou se se estiver a discutir virtualmente?
Um
estudo da Universidade de Haifa, em Israel, demonstra que, no contacto pessoal,
a pessoa tende a ser mais afável que no contacto virtual, podendo neste último
apresentar-se como crítica, arrogante, agressiva e menos tolerante. O que este
estudo conclui é que estas mudanças ao nível da relação interpessoal podem
dever-se à ausência do contacto visual, ou seja, não olhar “olhos nos olhos” da
pessoa com quem estamos a conversar ou a discutir uma ideia.
Como se
chegou a estas conclusões? Os investigadores observaram 71 díades de estudantes
universitários que não se conheciam pessoalmente, enquanto estes debatiam um
tema através de um chat (programa de
mensagens instantâneas), numa rede social. No entanto, nem todas as duplas
tinham as mesmas condições para a discussão do tema: uns conversavam apenas pelo
chat (sem se verem), outros
conseguiam ver, por webcam, as mãos e uma pequena parte do rosto do outro
participante e outros tiveram acesso livre à imagem, também por webcam, do
rosto total do interlocutor e do seu olhar. Mesmo não se conhecendo entre eles,
aquelas duplas que mantiveram a conversa e a discussão tendo acesso livre ao
rosto do outro revelaram-se menos críticas e impessoais nas respostas dadas e
discutidas.
Assim,
compreende-se que o contacto visual é fundamental para o processo de empatia,
de ter a capacidade de se colocar no lugar do outro e manter uma conversa ou
uma discussão dentro dos limites da sua própria liberdade. Apesar de ser um
grande avanço tecnológico e de apresentar-se com inúmeras vantagens, parece que
as redes sociais podem prejudicar a capacidade de relacionamento interpessoal. Para
evitar que tal aconteça, não se esqueça que antes não havia Facebook mas sim cafés ou jardins onde
se encontrava com os seus amigos, para saber novidades e discutir ideias. Espaços estes que não podem ser substituídos pelo feed de notícias, perfis ou pelos murais, que devem ser mantidos atualizados e cuidados tal como mantém o seu Facebook. Cuide das suas
relações!
Fonte: Mente e Cérebro