Reunir estes campos do conhecimento pode ser uma
ferramenta útil para quem quer desenvolver estratégias efetivas nas
organizações.
Em um tempo em que “de gestor e louco, todo mundo tem um pouco”, os
dirigentes de organizações e projetos devem se atentar para todos os
diferenciais que lhe permitam conduzir do modo mais racional possível as
atividades pelas quais são responsáveis.
Vivendo em uma sociedade de incertezas, tecnologia, mudanças rápidas,
globalização, sobrecarga de trabalho na maioria dos indivíduos e
influência de uma rede multimídia de contatos; a psicologia emerge como
uma ciência capaz de promover ao indivíduo, percepção holística de si
mesmo e da realidade em que está inserido, permitindo-lhe intervir de
forma ativa na sociedade e lançar um olhar analítico sobre os fenômenos
que circundam sua existência.
Nesta perspectiva, mesclar psicologia e administração pode ser uma
poderosa estratégia que, aplicada no cotidiano das organizações, permite
compreender que existe um universo interior em cada um dos indivíduos
com os quais você se relaciona. Além disso, este instrumento pode
proporcionar uma compreensão do cenário de interação simbólica no qual
as pessoas interagem.
Dominando certos conhecimentos e técnicas em psicologia, um gestor
pode compreender o impacto do trabalho sobre a subjetividade de seu
colaborador, conduzir mudanças, negociar; pode trabalhar seu diálogo de
modo a se fazer entender de maneira mais eficiente e eficaz, e
solucionar conflitos, bem como pode compreender as adversidades que
permeiam seu cotidiano de maneira madura e resiliente.
Assim, sendo você um gestor, um administrador, ou um colaborador de
certa empresa; caso queira conhecer e compreender alguns fenômenos que
ocorrem no contexto das organizações, os achados da psicologia podem lhe
ser bastante úteis para lhe proporcionar uma consciência a cerca do
modo geral como os indivíduos se relacionam e sentem as influências do
ambiente.
Todavia, deve-se atentar que a subjetividade humana é um sistema
bastante complexo, e que os conhecimentos em psicologia apenas permitem
um saber holístico de alguns processos psicológicos básicos. Porém, a
melhor maneira de se conhecer o próximo, é ter empatia por sua
experiência individual e buscar compreender a ótica sob a qual ele
enxerga a vida.
Julgamentos iniciais sobre uma pessoa
dificilmente são desfeitos. Mesmo que outras informações contradigam a
opinião formada no primeiro momento, ela continua se impondo por muito
tempo.
Basta uma fração de segundo — e não é modo de dizer — para se
formar a primeira impressão sobre algo ou alguém. Em um espaço de tempo
mais curto que uma piscadela, o cérebro humano constrói imagens difíceis
de serem desmontadas posteriormente. Pesquisas apresentadas neste mês
no congresso anual da Sociedade de Psicologia Social e Personalidade dos
Estados Unidos indicam que o poder das ideias moldadas no momento em
que se bate o olho sobre uma pessoa é tão forte que nem mesmo os fatos
são capazes de desmenti-las facilmente.
“Quanto
menos tempo temos para emitir um julgamento baseado no que vemos, mais
propensos seremos a confiar no que dizem nossos instintos”, conta
Nicholas Rule, pesquisador da Universidade de Toronto. O psicólogo
realizou um estudo para avaliar o potencial da primeira impressão a
respeito da sexualidade e constatou que, se ela for de que uma pessoa é
gay ou hétero, será difícil convencer do contrário, mesmo que novos
dados demonstrem o contrário depois.
Rule
mostrou a 100 indivíduos as fotos de 20 homens, tanto heterossexuais
quanto homossexuais. “Nesse momento, os participantes já emitiam seu
julgamento, somente baseados na interpretação que faziam das fotos”,
explica o psicólogo. Depois disso, os pesquisadores diziam qual era a
orientação sexual de cada um dos retratados. A informação era passada
várias vezes, dando a chance de os voluntários memorizarem a orientação
de cada pessoa retratada. Em seguida, as fotos eram misturadas e
apresentadas novamente, em um ritmo mais rápido. “Mesmo tendo sido
informados sobre a orientação sexual correta dos homens nas fotos, nessa
hora, os participantes se deixavam levar por seus instintos, apontando
as pessoas como gays ou héteros, não com base no que havíamos dito a
elas, mas na primeira impressão que tiveram”, relata.
Um trabalho desenvolvido pela professora Railda Fernandes Alves, do
Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB),
sobre cuidados paliativos, rendeu à docente a conquista de um prêmio
internacional na área de Psicologia da Saúde.
A professora foi agraciada com o prêmio “Investigador de Mérito”,
outorgado pela Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde (SPPS).
Apenas três pesquisadores em todo o mundo ganharam o prêmio, sendo que a
professora Railda foi a única brasileira a conquistar o certificado.
Ela recebeu o prêmio durante o 10º Congresso Nacional de Psicologia da
Saúde, realizado entre os dias 6 e 8 de fevereiro, na Universidade
Fernando Pessoa, em Portugal.
Railda Fernandes apresentou o artigo “Saberes e práticas sobre
cuidados paliativos para psicólogos atuantes nos hospitais de Campina
Grande”. O trabalho foi resultado de uma pesquisa que a professora
realizou em hospitais de Campina Grande. Na pesquisa, ela constatou que
os psicólogos da cidade conhecem os métodos paliativos, mas têm
dificuldades em aplicá-los. A pesquisa mostrou ainda a falta de
integração entre psicólogos e equipe médica. Falta compreensão e mais
valorização da pessoa do psicólogo. Além do mais, a falta de
humanização é um problema na rede de saúde da cidade com profissionais.
O 10º Congresso Nacional de Psicologia da Saúde reuniu pesquisadores
do Brasil e de vários países da Europa. O tema do congresso foi
“Tendências em Psicologia da Saúde: Contextos e
Interdisciplinaridades”. A professora Railda Fernandes Alves participou
do evento integrando a comissão científica. Ela avaliou trabalhos,
coordenou mesas e apresentou comunicações.
A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UEPB, professora Maria
José Lima, afirmou que a conquista do prêmio pela professora Railda
reflete a qualidade dos trabalhos apresentados pelos professores da
UEPB. “Está de parabéns a professora por representar tão bem a UEPB em
mais um congresso internacional”, destacou.
Bom dia, amigo leitor.E agradeço sempre a oportunidade que recebi dos
diretores desta casa e também recíproca do público, que tem interagido e
sugerido temas muito melhores dos que eu poderia “captar” sozinho.
Falando
nisso, você que me acompanha nestes textos tem percebido que temos
falado hora de saúde e qualidade de vida, e em outros momentos dos
esportes em geral. E a escolha do tema de hoje especialmente une essas
duas questões, saúde e esporte. Vou falar de duas paixões que, quando se
unem podem acabar com a vida e a carreira de um atleta: A bebida e o
futebol.
Final do mês passado completou 31 anos da morte de Mané
Garrincha. Era imbatível dentro dos campos, mas não foi capaz de lutar
contra o álcool. Faleceu aos 49 anos por conta de uma cirrose hepática.
Se não fosse isso poderia estar até hoje da mesma forma que o Pelé está,
ou seja, firme. Isso me fez refletir e pesquisar se agora, após 30
anos, as coisas são diferentes. Bem, em uma pesquisa produzida por uma
grande revista de esportes junto a 105 jogadores de grandes clubes do
país, 42% dos entrevistados afirmaram que bebem pelo menos uma vez por
semana.
Por outro lado, um estudo feito com pessoas normais (não
atletas) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que
54% consumiam álcool regularmente. Agora voltando a falar dos atletas,
mais especificamente dos jogadores de futebol, essa estatística é muito
alta, principalmente se formos analisar que são atletas e pelo menos em
tese deveriam ser mais disciplinados. Mas é aqui que está o problema,
eles foram disciplinados um dia, antes de conhecer o álcool, caso
contrário não tinham se tornado jogadores profissionais. Ninguém que não
seja disciplinado consegue vaga pra jogar num clube profissional, pela
quantidade de jogadores tentando, já que ser jogador de futebol é o
sonho de 7 entre 10 meninos em nosso País.
Então quem fala que a
causa do problema do jogador que bebe é a falta de disciplina está
errado. A falta de disciplina é uma consequência de uma outra causa: o
vício do alcoolismo, ou talvez a doença do alcoolismo, se formos encarar
o problema bem de frente.
O que falta mesmo para essa classe em
nosso País é a Psicologia Esportiva. Porque o jogador não é preparado
para lidar com o sucesso, nem com o fracasso. Logo que o garoto começa a
jogar num time maior e ganhar um salário melhor, ele faz o contrário do
que deveria fazer. Deveria guardar seu dinheiro e focar pra ficar para
buscar vaga times melhores e ter seu passe valorizado.
Ao invés
disso ele já assume a prestação de um carro importado, se enche de
correntes de ouro e conhece o mundo das baladas, das mulheres. É aí que
ele vende a sua alma ao álcool (aqui qualquer semelhança não é mera
coincidência). Os grandes clubes estrangeiros sabem disso e investem em
bons psicólogos para seus atletas, por conta disso podemos observar que
parecem mais frios até mesmo nas comemorações, mas na realidade isso é
controle emocional. Estão preparados pra ganhar ou perder, dentro ou
fora de campo e isso inclui não perder para os vícios também.
Portugal: Para além de apresentar uma providência cautelar para suspender a
eficácia do despacho do Ministério da Educação, a Ordem dos Psicólogos ameaça com processos por usurpação de funções.
A Ordem dos Psicólogos (OP) anunciou guerra ao diploma que determina
que os técnicos dos serviços de psicologia e orientação dos agrupamentos
escolares devem disponibilizar 20 horas para dedicar aos Centros para a
Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP), as estruturas que vêm
substituir os Centros Novas Oportunidades. Na quinta-feira apresenta uma
providência cautelar com vista à suspensão de eficácia do despacho do
Ministério da Educação e Ciência e promete abrir processos contra a
usurpação de funções sempre que aquelas sejam indevidamente entregues a
não psicólogos.
No despacho
conjunto sobre a afectação de recursos aos 80 centros que vão funcionar
nas escolas públicas, publicado no dia 5 de Fevereiro, os dois
secretários de Estado definem que, numa lógica de “optimização de
recursos disponíveis”, serão os professores do quadro “com ausência ou
insuficiência de componente lectiva” a integrar as equipas das
estruturas dos CQEP, quer no lugar de coordenador do centro quer no
exercício das funções de orientação, validação e reconhecimento de
competências. Fixa ainda, entre outros aspectos, que para cumprir os
procedimentos de informação, orientação e encaminhamento serão
disponibilizadas 20 horas semanais da equipa técnica dos serviços de
psicologia e orientação (SPO) das escolas.
Na altura, Pedro Araújo, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE),
expressou a sua “perplexidade”, entre outras razões, por “poder passar
pela cabeça a alguém, no MEC, que o psicólogo da escola – quando existe –
tem 20 horas livres para dedicar ao CQEP”. Esta terça-feira foi Vitor
Coelho, da direcção da Ordem dos Psicólogos, que frisou, em declarações
ao PÚBLICO, que “nem todas as escolas têm psicólogos e que os poucos que
estão colocados não chegam para atender às necessidades, pelo que a
determinação coloca em risco o apoio devido aos alunos".
Na
perspectiva da OP, que, segundo Vítor Coelho vai apresentar a
providência cautelar esta quinta-feira, “as direcções das escolas também
poderão ser tentadas a colocar outros profissionais a fazer as tarefas
de um psicólogo, o que será uma ilegalidade”. Para evitar que isso
aconteça "nas escolas e nas restantes organizações em que vierem a
funciona CQEP”, a OP promete abrir processos de “usurpação de funções"
contra "qualquer entidade que não integre um psicólogo numa equipa que
tenha entre as suas atribuições trabalhos específicos de psicólogos”.
“Estamos
a falar de ilegalidades e de imoralidades. É disso que se trata quando
num quadro de desemprego se sobrecarrega de uma forma impossível os
elementos dos serviços de psicologia e orientação das escolas e se veda a
entrada nos CQEP a centenas de psicólogos experientes, que exerciam
funções nos Centros Novas Oportunidades”, criticou Vítor Coelho.
O
despacho do MEC foi recebido com as críticas, também, das direcções das
duas associações do sector da formação e educação de adultos, que entre
outros aspectos defenderam o recurso a profissionais habilitados e com
experiência naquela área. O ministério respondeu-lhes com a mesma
justificação que esta quarta apresentou à OP. Em resposta ao PÚBLICO,
através do gabinete de imprensa, insistiu que as regras se enquadram na
“optimização dos recursos” humanos disponíveis sem “prejuízo da
manutenção das suas atribuições no âmbito do agrupamento de escolas”.
Não respondeu à ANDE, que à semelhança da OP considera este objectivo
irrealista.
No total, existirão 214 CQEP – 80 em escolas públicas,
53 em centros de formação de gestão directa ou gestão participada do
Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), e os restantes em
escolas profissionais privadas ou sob a alçada de municípios ou
associações comerciais, entre outros promotores privados. Ao contrário
do que sucedia com os centros Novas Oportunidades, que encerraram em Março de 2013,
nas novas estruturas não será dada formação, mas apenas orientação.
Entre as atribuições dos CQEP figura a orientação vocacional dos jovens
de 15 anos. Fontehttp://www.publico.pt/sociedade/noticia/ordem-de-psicologos-abre-guerra-aos-centros-que-substituem-novas-oprtunidades-1623309
Vice-presidente destaca compromisso de formulação política
Jameson Pereira e o secretário Eduardo Oliva (Foto: Divulgação assessoria)
Parcerias nas ações em defesa dos Direitos Humanos no Estado de
Sergipe. Essa foi a pauta da reunião entre o vice-presidente do Conselho
Regional de Psicologia de Sergipe, Jameson Pereira Silva e o secretário
de Estado dos Direitos Humanos, Luiz Eduardo Oliva.
Ao representante do CRP19 foram apresentadas a estrutura da secretaria e
as atividades que são desenvolvidas pela pasta além dos projetos que
estão em elaboração.
“O psicólogo tem o compromisso social de formulação de políticas, de
colaborar para criar uma nova mentalidade na sociedade. Quando o
conselho vem até a secretaria de direitos humanos trazer
propostas, sobretudo pensando em parcerias, nós estamos cumprindo, um
papel de cidadania. E é esse papel faz com que sociedade civil e estado
caminhem juntos”, disse Eduardo Oliva.
Ainda segundo o secretário Eduardo Oliva, o estado não pode trabalhar
somente com políticas públicas sem uma interconexão com a sociedade. Os
conselhos têm um papel fundamental na organização, no fortalecimento
das profissões. “E essa iniciativa de propor o alinhamento de ações, a
disposição de auxiliar nesse trabalho mostra o compromisso do Conselho
Regional de Psicologia na defesa dos direitos humanos no estado de
Sergipe”, explicou.
Segundo Jameson Pereira Silva, vice-presidente do CRP-19, já nessa
primeira reunião, várias possibilidades de um trabalho conjunto, nas
diversas áreas de atuação da secretaria foram elencadas. “Podemos
colaborar em várias ações. No Sistema Conselho temos uma comissão forte,
atuante. Além do mais a psicologia é uma das profissões com maior foco
no ser humano. E não dá para pensar no ser humano, sem pensar nos
direitos humanos e foco nesse trabalho de parcerias também marca uma
tendência da nova gestão do CRP em Sergipe”, finalizou.
Projeto pioneiro que será colocado em prática este ano permitirá comunicação direta com o paciente
CRISTINA MEDEIROS
Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado
Norma Celiane Cosmo é presidente do Conselho
Um projeto pioneiro em Mato Grosso do Sul será colocado em prática neste
ano, fruto da parceria entre o Conselho Regional de Psicologia e a
Secretaria de Estado de Educação. Trata-se da capacitação de psicólogos
na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), visando atendimento dos
surdos. Nesta entrevista, a recém-empossada presidente do CRP, Norma
Celiane Cosmo, explica como isso se torna uma importante conquista para
quem não ouve e precisava ser acompanhado de um intérprete no
consultório. Ela fala, ainda, sobre o papel do profissional psicólogo na
inclusão social e das demandas atuais do CPP no Estado, entre elas, a
interiorização das ações.
CORREIO PERGUNTA - Um projeto pioneiro em MS, envolvendo o
Conselho Regional de Psicologia e a Secretaria de Estado da Educação
propõe o estudo da Libras (língua brasileira de sinais) como capacitação
para psicólogos. Em que isso vai colaborar na vida das pessoas surdas
nas diferentes faixas etárias?
Isso fará toda a diferença na vida da pessoa surda usuária da Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS), considerando tratar-se de pessoas que
possuem uma diferença linguística e, por isso, para se comunicarem
necessitam que o outro conheça a sua língua materna. Isto significa que
ela poderá, quando necessitar de atendimento e ou orientações
psicológicas, buscar um profissional que seja capaz de comunicar-se com
ela sem a necessidade do profissional intérprete.
Qual o significado, para a psicologia de Mato Grosso do Sul, da
aprendizagem da Libras pelos psicólogos para a comunicação no
atendimento a essas pessoas?
Isto significa muito para a pessoa surda e, mais ainda, para os
psicólogos do Estado; isto muito nos honra, pois estaremos contribuindo
para o acesso da pessoa surda aos serviços da psicologia. Possibilitará à
pessoa surda o sentido de cidadania pela simples possibilidade de
garantia do seu direito em poder buscar os serviços junto a um
profissional que se comunica em sua língua.
Há outros projetos semelhantes a este em conselhos regionais de outros Estados do Brasil?
Esta ação é inédita no âmbito do Sistema Conselhos de Psicologia. Alguns
conselhos têm externado intenção em realizar esta parceria com os
conselhos de assistência social de seus estados, mas apenas o CRP14/MS
conseguiu efetivamente viabilizar. Estamos concretizando esta parceria a
partir deste ano.
Como surgiu esta parceria entre o CRP14/MS e a SED/CAS e como ela se processará?
Esta parceria teve sua origem nas recorrentes solicitações dos
profissionais por orientações à comissão de orientação e fiscalização
(COF) em como realizar o atendimento às pessoas surdas em contextos de
práticas psicoterápicas, em consultórios ou acolhimento nos serviços de
psicologia no âmbito das políticas públicas. Psicólogos que atuam nas
empresas e comércio também buscavam frequentes orientações e isto nos
fez refletir sobre a necessidade de se buscar esta parceria. Este é um claro trabalho de inclusão social. Quais outros
trabalhos os psicólogos desenvolvem quando se trata de grupos como
disléxicos, Down, TDAH, autistas, e outros tipos de necessidades
específicas?
Os psicólogos, hoje, realizam todo o trabalho de acompanhamento das
pessoas com deficiências e outras necessidades específicas por meio dos
serviços oferecidos nas instituições escolares especializadas e na rede
pública oficial de ensino, tanto da rede municipal como da estadual.
Contudo, o número deste profissional nessas instituições ainda é
insuficiente para um trabalho de alcance mais abrangente para essa
população.
MS é uma referência quando se trata de educação inclusiva. O
psicólogo está preparado para auxiliar a criança com necessidades
especiais nas suas especificidades e para o convívio social ? Como?
O psicólogo deve acompanhar o movimento de transformação demandado pela
sociedade. A ideia de inclusão implica o profissional a repensar sua
atividade e efetivar mudanças que não sejam somente teóricas, mas,
sobretudo, práticas e ideológicas. Dentre os princípios fundamentais que
constam no código de ética profissional do psicólogo, ele deve
trabalhar de modo a promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e
das coletividades e contribuir para a eliminação de quaisquer formas de
violação de seus direitos. O processo de preparação profissional se dá
no chão do trabalho e no dia a dia .
A atuação do psicólogo em políticas de inclusão social das
pessoas com deficiências passa pelo enfrentamento em lidar com a
exclusão, tentando introduzir principalmente a dimensão humana da
afetividade nos processos vividos no cotidiano dessas pessoas. A senhora
concorda com isso? Por quê?
Sim, não é possível propor e fazer inclusão sem refletir acerca dos
processos psicossociais da exclusão em curso em nossa sociedade
marcadamente excludente. Assim esta parceria, além de resguardar o
cumprimento do artigo 9º do Código de Ética Profissional que trata do
sigilo no atendimento psicoterápico, possibilitará ao profissional da
psicologia atuar de forma responsável, humanizada e adequada para esta
comunidade .
Quais avanços de aprendizagem os psicólogos percebem que pessoas
com necessidades especiais conquistam quando interagem com um ambiente
dito normal?
As pessoas com deficiências são cidadãos como as pessoas que não
apresentam necessidades específicas e portanto são pessoas com direitos e
isso por si só já deve ser visto como ponto focal. O que elas precisam
para avançar em seus propósitos é que suas necessidades sejam
respeitadas e adequadamente atendidas.
A nova gestão do Conselho Regional de Psicologia CRP14ª/MS
assumiu em setembro passado para o triênio 2013-2016. Qual a avaliação
que a senhora faz dos 51 anos da profissão regulamentada no País? Quais
os principais avanços da profissão e seus principais desafios?
À época da criação legal da própria profissão (em 27de agosto de 1962) e
da Autarquia Federal (em 1971), o País vivia especificidades históricas
no que se refere a sua vida política, social, econômica e cultural e
isso refletiu-se nas primeiras práticas psicológicas realizadas no
Brasil. Nestas cinco décadas, a profissão passou a olhar para as marcas
sociais e, em razão disso, criou formas de atuação diversas, fazendo-se
reconhecer em outros espaços de trabalho. No decurso dos seus 52 anos (a
serem completados este ano), vivenciamos o avançar de uma profissão que
se espraiou e produziu práticas que possibilitaram seu alcance a
extratos da população até então desprovidos de acesso aos serviços de
psicologia.
Para a nova gestão do CRP14ª/MS que recentemente assumiu a
autarquia, existe algo diferente que pretenda implantar, mudar ou
resgatar?
Sim, a gestão que se iniciou em setembro/2013 tem em seu plano de
trabalho algumas propostas que, em seu elenco, podemos citar: o
aprimoramento da comunicação; a criação de novas comissões e grupos de
trabalho (GTs), como, por exemplo, o GT da Juventude, vinculado à
Comissão de Direitos Humanos; a Comissão de Psicologia Social e
Comunitária e, o que consideramos também de grande importância e que é
um anseio da categoria, o projeto de interiorização das ações, para o
qual foi criado o GT de Interiorização.
Quais outros aspectos a gestão atual destaca como relevantes para a psicologia de Mato Grosso do Sul e para a sociedade?
Na verdade, é preciso aprofundar-se nas discussões, nas deliberações e
nas realizações da pauta em curso no Sistema Conselhos de Psicologia,
considerando, claro, que todas as demandas hoje pautadas pelo Sistema
foram deliberadas coletivamente no Congresso Nacional da Psicologia, o
VIII CNP, que é o principal fórum de decisões das/os psicólogas/os
registradas/os nos conselhos regionais.
Quais as demandas da gestão atual do CRP14/MS para a psicologia de Mato Grosso do Sul e para a sociedade?
Temos uma pauta que pretendemos priorizar e, dentre os pontos,
destacamos a necessidade de descentralizar a realização dos eventos
técnico-científicos. Nosso Estado é de enorme extensão geográfica e isto
dificulta bastante a participação dos colegas que estão distantes de
Campo Grande. Assim, pretendemos organizar mais atividades no interior
do Estado.
Outro destaque é o desejo de caminhar juntos com outras entidades
profissionais de MS. Este caminhar ajuda na organização estrutural da
psicologia, fortalecendo ainda mais a nossa profissão.
A Câmara Municipal de Vila do Bispo anunciou a criação de um serviço de psicologia, que oferece consultas gratuitas nesta área clínica à população do conselho.
Este novo serviço tem como objetivo a avaliação e acompanhamento psicológico dos munícipes (crianças, jovens e adultos) que a ele se dirijam ou que sejam encaminhados pelos serviços que intervêm na área social, visando contribuir para o seu bem-estar, adaptação e ajustamento psicológico.
Segundo a autarquia, o serviço visa, para além disso, fazer o encaminhamento de casos que necessitem de acompanhamento multidisciplinar para as instituições adequadas.
Neste âmbito, está disponível uma psicóloga, membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses, que desenvolve trabalho na área da consulta psicológica individual, avaliação, acompanhamento e aconselhamento.
Assim, as áreas a intervir abrangem a avaliação e acompanhamento psicológico junto de crianças, jovens e adultos do conselho; o acompanhamento direto e indireto de processos instaurados e execução de atividades de sensibilização promovidas pela CPCJ; e a colaboração nos projetos/atividades promovidas pelo gabinete de ação social e saúde.
As consultas são gratuitas e podem ser solicitadas nos serviços de Ação Social e Saúde da autarquia, através do telefone 282630600.
Veleda Dobke (centro) e Jussara Ritter (D) durante o evento
Nesta quarta-feira, 18, data que marcou o Dia Nacional de
Luta contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual Infantil, foi realizada
a VII Jornada de Estudos sobre Abuso Sexual Infantil. O evento foi
promovido pela 11ª Promotoria de Justiça Criminal Extrajudicial de
Combate à Violência Doméstica Familiar, representada pela promotora de
Justiça Veleda Maria Dobke, e o Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Adolescência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NEPA/Ufrgs). A
atividade, que neste ano teve como objetivo elucidar e problematizar
aspectos relativos à pedofilia, a partir de aspectos psicológicos,
educacionais e jurídicos, lotou o auditório do Palácio do Ministério
Público, na Praça da Matriz, em Porto Alegre.
A primeira palestrante do evento, Marli Kath Satler, psicóloga e
coordenadora do Grupo de Estudo e Atendimento em Violência Doméstica,
discorreu sobre “Aspectos psicológicos sobre a pedofilia e a pessoa que
exerce o abuso sexual”. Conforme Marli, há pouco tempo se tem um olhar
voltado especificamente ao abusador (identificação dos tipos,
características, motivações, entre outros). “Por muito tempo se colocou a
culpa do abuso infantil na própria criança abusada (sedutora), ou na
mãe que oferecia a criança ou não tinha cuidados suficientes com ela”,
lembrou a psicóloga, que explicou que foram membros do FBI americano que
passaram a estudar o abusador, auxiliando muito na identificação dos
casos por psicólogos.
“Pedofilização como prática social contemporânea: construindo
sujeitos pedófilos?”, foi o tema abordado pela psicóloga Jane Felipe de
Souza, que falou sobre a construção dos gêneros na infância, a partir de
diversos fatores como meio, religião, classes sociais, e os limites da
utilização do corpo das crianças pelos adultos (por exemplo, através de
brincadeiras).
O coordenador-geral da Comissão de Direitos Humanos Sobral Pinto da
OAB/RS, Ricardo Breier, abordou, por fim, os aspectos jurídicos do abuso
e as visões sobre o tema dentro da criminologia. Breier, que é co-autor
da obra "Pedofilia - Aspectos Psicológicos e Penais", destacou as
transformações sofridas pela legislação brasileira nos últimos anos e as
diferentes interpretações da lei que versa sobre pedofilia. Ele
sustenta que a legislação brasileira condiz com o que é praticado no
resto do mundo, mas está "afastada da realidade, por questões
sócio-culturais". O advogado salientou, ainda, que o ideal no
cumprimento das penas decorrentes de crimes sexuais seria a combinação
com tratamentos, para evitar que houvesse reincidência.
O evento, que teve caráter multidisciplinar, contou, ainda, com a
presença da procuradora de Justiça Jussara Maria Lahude Ritter, que
representou o Ministério Público e a Associação do MP.
As palestrantes Marli Kath Satler e Jane Felipe de Souza
Ricardo Breier falou sobre os aspectos jurídicos da pedofilia
Agência de Notícias
Fonte: http://www.mprs.mp.br/noticias/id24934.htm
Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, 80 - Porto Alegre - CEP.: 90050-190 - Tel.: (51) 3295-1100
Experiência soviética ensinou os russos de que era melhor sofrer do
que admitir a necessidade de ajudar. Mas os tempos estão mudando.
Anna Trofímova, Gazeta Russa
Life coaching é prática cada vez mais popular entre os russos Foto: Getty Images/Fotobank
Não é surpresa alguma que viver na
Rússia é difícil. Trata-se de um país frio, os salários são baixos e o governo
tende a ser indiferente com a população. No entanto, os russos tradicionalmente
assumem a perspectiva de que sofrer faz parte da vida e, portanto, não vale a pena
discorrer sobre isso. Recentemente, contudo, um número maior de russos começou
a procurar ajuda de especialistas.
10
razões para sorrir (ou não) na Rússia
“Recorri a psicólogos e definitivamente
continuarei fazendo isso”, diz Olga Gavrílova, 30, editora-chefe do canal de
negócios “Uspekh” (“Sucesso”). “Nosso cérebro é um sistema tão complexo, e os
psicólogos abrem todas as travas da nossa consciência com bastante cuidado.”
Gavrilova pode ser, entretanto, a
exceção que prova a regra. O administrador, Dmítri Smirnov, 28, pensa que a
melhor solução para qualquer problema ainda é ir ao bar com os amigos. “Tenho
certeza de que isso me ajudará muito mais do que o melhor psicólogo do mundo”,
defende.
Um pouco de história
A postura russa em relação à psicologia
se deve parcialmente ao modo de vida sob o regime comunista. Na época
soviética, as pessoas ouviam constantemente que suas vidas eram maravilhosas – e
pensar de outra forma era sinal de antipatriotismo.
Após a queda da URSS, os russos foram
confrontados tanto com as dificuldades da “terapia de choque” econômica, que
causou a ruína do antigo padrão de vida, como com a invasão da cultura pop
vinda do exterior, mostrando como era a vida em países mais afluentes. Embora
essa combinação supostamente incentivasse as pessoas a procurar ajuda
psiquiátrica, a realidade mostrou o contrário.
“Na União Soviética, a psicologia como
ciência, cujo objetivo era desenvolver o potencial das pessoas, não era
nem um
pouco bem-vinda”, diz Rustam Nabiúllin, psiсoterapeuta do Centro
Cultural "Punctum", em Moscou. Em vez disso, ser enviado a um psiquiatra
era
considerado uma forma de punição. Ainda hoje, o prefixo “psico” é um
termo
pejorativo no país.
De acordo com o psicoterapeuta Rustam Nabiúllin, os russos atualmente:
1) Apresentam altíssimo nível de ansiedade 2) Sofrem de estresse e exaustão constantes 3) Confiam apenas em si mesmo e têm receio de pedir ajuda 4) Consideram fraco alguém que expresse os seus sentimentos 5) Estão sempre esperando que algo ruim aconteça
As hotlines, ou linhas diretas, para
pessoas em busca de ajuda psicológica surgiram no final da década de 1980, mas o
primeiro centro oficial com tal finalidade foi criado apenas em setembro de
1999 pelo Ministério para Situações de Emergência. O Centro para Ajuda
Psicológica era uma espécie de departamento dentro do próprio ministério e
tinha objetivo de oferecer auxílio aos funcionários do órgão que haviam
trabalhado em missões difíceis, tais como ataques terroristas e acidentes de
avião.
Psicologia hoje
Hoje em dia, existem sete centros de
aconselhamento em Moscou que oferecem gratuitamente ajuda psicológica para os
moradores da capital – o que corresponde ao número de distritos da cidade. Por
outro lado, de acordo com estatísticas de 2013, há mais de 80 centros privados
oficialmente registrados que prestam ajuda semelhante.
“Acho que o maior problema hoje em dia é
que, no nosso país, há poucos psicólogos formados. Existem muitas pessoas que
se autointitulam psicólogos, mas eles não sabem realmente como ajudar as
pessoas”, diz Gavrílova. “Um bom especialista é aquele que tem anos de prática
e conhece toneladas de métodos que podem ser aplicados aos pacientes.”
Como
os russos se relacionam com o corpo
O jovem administrador Smirnov, no
entanto, acredita que mesmo consultar-se com um bom profissional pode ter seus
inconvenientes. “Quando você procura o seu psicólogo cada vez que tem algum
problema, mesmo os menos importantes, você acaba se tornando viciado e não pode
mais viver sem ele”, argumenta.
Como resultado, muitos jovens russos
preferem recorrer à seção de livros de autoajuda nas livrarias ou procurar por
obras sobre o assunto na internet. Prova disso é que o Google Rússia apresenta
12,2 milhões de resultados ao simplesmente digitar “download de livros sobre
psicologia” no campo de busca. Quando a pesquisa inclui “livros de treinamento
pessoal”, são mais de 600 mil páginas encontradas.
Treinamento pessoal
O “life coaching”, ou treinamento
pessoal, também está sendo tornando cada vez mais popular entre os russos. Essa
técnica foi introduzida nos Estados Unidos e, desde então, espalhou-se por
diversas partes do mundo. Com a ajuda da internet, é fácil achar vídeos e
lições on-line sobre treinamento ou contratar um “coach” (treinador) por Skype.
“Um coach profissional deve ser capaz de
não apenas escutar, mas ouvir o seu cliente com atenção e fazer perguntas
adequadas que ajudarão a guiar a pessoa para a resposta certa”, explica Olga Gavrílina,
que atua como coach no Centro Punctum de Moscou.
O
coaching pessoal como um sistema nasceu a partir da psicologia do
esporte. Os atletas que treinam para se tornarem campeões precisam de
uma forte motivação, e o treinador encontra maneiras de fornecer esse
estímulo. Da mesma forma, o coaching psicológico desenvolvido por
Marylin Atkinson ajuda as pessoas a desbloquear o seu potencial interior
e a usá-lo no cotidiano.
“Às vezes, as pessoas, especialmente
aqui na Rússia, pensam que essa prática é superficial. Mas, depois de trabalhar
como coach por mais de cinco anos, posso assegurá-los de que lidar com
potencial não explorado é, muitas vezes, bem mais difícil do que lidar com uma
experiência emocional do passado”, completa a psicóloga.
Enquanto os europeus e americanos se
beneficiam de um sistema bem estabelecido de programas de treinamento pessoal e
metodologia psicológica desenvolvida, a Rússia parece estagnada no
desenvolvimento de tais práticas. A esperança é que, considerando os grandes
desafios da vida moderna, as chances de a Rússia rapidamente alcançar os demais
países também sejam grandes.
Alunos de psicologia da UFTM fazem protesto por professor em Uberaba
Universidade informou que o reitor receberá os alunos para discussão.
Alunos reivindicam aumento no número dedocentes (Foto: Reprodução/TV Integração)
Alunos do curso de Psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) de Uberaba
estão reunidos em frente à instituição desde a manhã desta
segunda-feira (3) reivindicando a falta de professores. Segundo uma das
alunas, Luciana Trajano, o curso de Psicologia da universidade conta
apenas com 13 docentes, enquanto em outras instituições o mesmo curso
conta com 40. A Universidade informou que os alunos foram ouvidos pela
vice-reitora.
Em entrevista ao portal, a aluna ainda afirmou que cerca
de 200 alunos estão andando pela universidade, em um movimento pacífico
com cartazes e fazendo barulho. “Queremos chamar a atenção da comunidade
acadêmica, porque não é um problema só do curso de Psicologia, mas no
caso, se o reitor continuar a nos ignorar, 40% do nosso curso vai parar,
travando disciplinas e estágios”, completou.
Por meio de nota, a assessoria da UFTM informou que a vice-reitora Ana
Lúcia de Assis Simões esteve na manifestação, ouviu os pedidos e
reivindicações dos alunos e garantiu que na manhã desta terça-feira (4) o
reitor Virmondes Rodrigues Junior receberá os alunos para dar
continuidade às discussões.